Cessem as Cornetas!

Bastou uma derrota em um clássico para as cornetas começarem a soar. Grupos do Facebook e do Whatsapp estão recheados de críticas ferrenhas ao “treinador que não dá padrão para o time”, ou para jogadores que “não dão conta de jogar futebol” ou para a “diretoria que não sabe nem quantos lados tem uma bola”. Entendo que a existe uma sede por ver uma atuação com aplicação tática perfeita e desempenho técnico excelente, mas vamos com calma, amigos. Estamos falando somente do segundo jogo da temporada.

O treinador Hélio e sua comissão, incluindo o seu filho Guilherme, que esteve à frente do Goiás no clássico, nos levaram a permanência na série B. Se ele não tivesse chegado, certamente estaríamos iniciando o ano pensando na série C. Outro fator que me faz defende-lo no cargo é por ter ajudado a montar o elenco esse ano. Ele entendeu as fragilidades do elenco e pode apontar para a diretoria o que falta. O ultimo motivo é o aspecto moral e emocional. Hélio dos Anjos impõe a disciplina e sabe trabalhar a motivação do elenco, e quem não se adequar é sacado, como vimos com o Erick em 2015. E disciplina amigos, é fator fundamental para o sucesso.

Como dito anteriormente, também foram feitas críticas aos jogadores, principalmente pelo desempenho físico, algo que foge do meu entendimento. Cobrar excelência física de jogadores que não estão há um mês trabalhando demonstra no mínimo desconhecimento de futebol. Lembrando que o time do Vila Nova, que alguns torcedores esmeraldinos afirmam que se cansou menos e correu mais, esta com muitos jogadores da base que vinham se preparando para a Copa SP desde o ano passado. O aprimoramento técnico caminha lado a lado ao físico, e é visível que nos últimos 3 anos, esse é o time de melhor qualidade técnica.

No que diz respeito a diretoria, por mais temeroso que eu esteja em relação à esta, ainda não encontro motivos para críticas. Foi colocado um entendedor de futebol no cargo da direção de futebol. As contratações foram pontuais, de jogadores com experiência e destaque na série B, como os meias Rafinha e Giovanni e o atacante Lucão. Temos dois jogadores com rodagem pela série A para atuar na lateral direito e um volante que foi líder de desarme da Série B no ano de 2017. Outro fator louvável é a maneira como o Marketing continua trabalhando arduamente, entendo que é fundamental reaproximar clube e torcida para que o time tenha o apoio necessário.

Por mais que nosso desejo seja iniciar o ano vendo o time voando, precisamos não esquecer duas coisas: Nenhum trabalho atinge o ponto alto do dia pra noite e o Campeonato Goiano não é o nosso objetivo esse ano. Claro que nenhuma derrota tem gosto doce, mas talvez precisássemos não vencer esse jogo para apontar onde precisa ser trabalhado. Talvez uma vitória larga, um campeonato invicto, nos levaria aos mesmos erros dos últimos três anos. O ano começou de 2018 começou diferente, e essa derrota nos mostra isso.

Boa sorte Goiás!