Falta Gerência!

 

Foto: Rosiron Rodrigues / Goiás E.C.

Sou um entusiasta do futebol. Gosto de assistir, analisar, discutir e participar escrevendo sobre. Acompanho bem de perto o que posso, e gostaria de abrir espaço para ressaltar a importância do Fábio Carille no Corinthians, hoje líder da Série A com 7 pontos de vantagem para o segundo colocado, Grêmio. Trazendo as palavras de Tostão para sua coluna da Folha de S. Paulo “Fábio é um treinador muito bem informado, sensato e lúcido nas entrevistas e na conduta”. Entendeu as limitações de um time de “operários” e armou um esquema onde pudesse ser eficaz, e os resultados apareceram.

O sucesso no futebol está intrinsecamente ligado a comando. Trarei a lembrança o exemplo mais escancarado que temos hoje: TITE! O treinador da seleção brasileira manteve a espinha dorsal de Dunga, trazendo de volta algumas peças fundamentais para agregar qualidade. Mas o que realmente mudou foi a postura de quem está à frente. Tite é um verdadeiro comandante, que trabalha tanto a parte tática e técnica, mas também dá ênfase ao psicológico, que na minha opinião é a linha mais tênue do futebol contemporâneo. Os jogadores não foram educados para receber quantias fora do padrão nacional, para serem mimados e se acharem no direito de jogar como profissionais ou não.

Digo com clareza, indubitavelmente Silvio Criciúma consegue trabalhar o psicológico dos jogadores, se tornando amigos, parceiros. Mas o que também é claro, é o despreparo, principalmente na parte tática. Temos a segunda pior defesa do campeonato. Um time comandado por um zagueiro, talvez o maior da história do Goiás, não pode se permitir ter um time tão mal postado defensivamente, com tantos buracos na proteção da zaga. O nosso time se limita a defender mal e colocar a bola nas pontas para o Carlos Eduardo se virar na correria. Precisamos ter definições, padrão de jogo.

Outro ponto negativo é o apego com certos jogadores. Entendo o desejo do Silvio de fazer o jogador render, mas como foi demorada a saída do Léo Sena do time. Quantos erros foram necessários, quantos jogos mal jogados? Infelizmente, em um esporte tão dinâmico, um só jogador pode atrapalhar todo um trabalho. A entrada de Elyeser foi tardia. Também não consigo entender como o Victor Bolt continua titular neste time. Mesmo com ausência do William, se faz necessário encontrar uma solução para a saída do jogador, que não só compromete tecnicamente como foi no jogo contra o Vila, mas que também tem uma postura inadmissível, de desrespeito total ao seu colega de profissão. Acredito ser o jogador mais temperamental e maldoso que já vi passar por aqui. Tento acreditar que assim que disponível, Fábio Sanchez e Bruno Aguiar serão titulares, mas o histórico de apego é tão grande que ainda temo mais uma chance pro erro dessa zaga atual.

Acordamos, na manhã fria de 04/07/2017, noticiados a respeito da atitude dos jogadores pedindo mais uma vez a permanência do Silvio como técnico, e foram atendidos, escancarando assim que não falta só comando à beira do campo, mas também em nível de direção. Dirigir, gerir um clube não é uma brincadeira ou se abre concessões para agradar uns e outros. Semelhante a uma empresa, o sucesso só é atingido quando decisões corretas, eficazes, são tomadas, mesmo que isso desagrade a alguns. Jogadores não podem se achar no direito de manter ou derrubar treinadores. Para o tão sonhado e tão difícil acesso, atitudes precisam ser tomadas a nível de calamidade pública, ou então, continuaremos no processo de “apequemento”, agradando a alguns e esquecendo quem realmente somos (ou éramos): O maior do Centro Oeste, temido por todos no Serra Dourada!