O Caminho das Pedras

Goiás
Foto: Rosiron Rodrigues
Foto: Rosiron Rodrigues / Goiás E.C.

Hoje disputaremos a última partida do ano.  Um ano, indiscutivelmente, de sorte. Sorte? Como assim? Caros amigos, fizemos de tudo para sermos reduzidos a série C e o acaso nos presenteou com a permanência na série B. Agradeçam!!! Até o momento tivemos o vergonhoso aproveitamento abaixo de 40%, campanha digna e merecedora de rebaixamento. Mas passada a agua pela ponte, quero compartilhar o meu entendimento da maneira como chegamos nesse ponto e ainda levantar alguns pontos que podem trazer mudanças no ano que vem, tendo como espelho o campeão brasileiro de 2017, Corinthians.

Houve, nada menos que sete trocas de comando técnico no Goiás, incluindo as idas e vindas de Sílvio Criciúma. Todas essas mudanças geram dificuldade de assimilação tática por parte dos jogadores, pois todo treinador tem sua maneira de trabalhar. É preciso que seja assegurado um bom técnico para o trabalho de todo o ano que vem. Apoio a manutenção de Hélio dos Anjos, como defendeu nosso colunista Diego Stephany apesar de preferir um investimento em um treinador com histórico vencedor e experiente em divisão de acesso, como o hoje disponível, Guto Ferreira. A manutenção de Fábio Carille e de todo seu Staff foi fundamental para as conquistas do Corinthians esse ano. Mesmo com um elenco limitado o treinador desenvolveu a filosofia de trabalho fazendo o clube ser pragmático e eficaz.

Outro ponto determinante é a comissão técnica. É preciso desmistificar a ideia que todo sucesso tático de um time se dá pela figura do técnico. O futebol contemporâneo tem pouco espaço para intuição, é necessário que haja estudo e preparação para que o desempenho possa ser maximizado. Precisamos de um preparador físico que nos entregue um bom desempenho dos jogadores durante todo o jogo. Carille foi auxiliar técnico de Tite, e isso é exemplo de como uma comissão técnica influencia em um período vencedor de um clube no Brasil.

Sem dúvidas, todo bom trabalho começa nos bastidores. Precisamos de uma diretoria que seja sólida, eficiente e respeitada. Primeiramente, não interferindo no trabalho da comissão técnica. Volta a citar o exemplo de Carille, que na reta final do campeonato colocou o medalhão Jadson no banco, e foi respeitado pela decisão. Segundo, precisamos romper com o perfil de contratações dos últimos 3 anos. Precisamos de jogadores realmente comprometidos, com qualidade técnica inquestionável por onde tenha passado, e não continuar contratando às pressas, equivocadamente. Todas as contratações devem ser analisadas em acordo entre diretoria e comissão técnica, e atendendo todos os pontos analisados. Para o acesso, precisamos de jogadores prontos, e não jogadores com potencial se forem bem trabalhados.

Eis o caminho inicial, na minha opinião, para abandonarmos o período da ridicularização. Gerir com a responsabilidade de estar à frente de um grande clube, respeitando a história do nosso time, tendo a visão de que o futuro depende muito de acreditar, desejar e tralhara para não sermos apenas “O Goiás, que tem uma estrutura invejável”, e sim o Goiás, um clube vencedor.

 

PS: Para mim, houve dois pontos positivos neste ano:

  • A troca de gestão no setor de marketing, que mudou totalmente a marca do clube em tão pouco tempo.
  • A torcida, que mesmo com tamanha dificuldade, tão calejada, compareceu e apoiou o time em momentos críticos.

Um grande abraço e um feliz ano novo pra nós esmeraldinos.