O problema do Goiás tem nome e profissão

Ao que parece, sim. E pelo que disse Sérgio Soares, sim. O problema do Goiás tem nome e profissão. Osmar Lucindo é um cidadão que nunca passou confiança como profissional do futebol no Goiás, e cada vez mais as coisas chegam à tona. Depois de muitas críticas, alguém conseguiu sintetizá-las, e desde que não haja uma resposta convincente – e este blogueiro disponibiliza seu espaço para tal resposta – ela acabará sendo realmente a verdade, e o pior: de maneira tácita!

Primeiramente, quero pedir desculpas ao Sr. Sérgio Soares. Em entrevista realizada hoje nos Debates Esportivos, Rádio 730, a qual foi bem conduzida pelo companheiro Edson Júnior, o treinador mostrou ser profissional, e contou detalhes de sua passagem, demonstrando hombridade e, principalmente, caráter em tentar resolver uma situação que impôs sobre ele uma falsa impressão. Repito. Essa é a verdade até que seja provado o contrário.

Segue a entrevista na íntegra para quem não ouviu:

Download – Entrevista Sérgio Soares – Rádio 730

São 24 minutos de coisas bem esclarecedoras. Vamos tocar em pontos, definidos em ‘palavras-chave’ e ‘frases-chave’ para tratar do assunto.

Contratações:

Sérgio Soares disse em entrevista que houveram negociações com Luidy (Corinthians), Jorge Henrique (hoje no Figueirense), Mendoza (Corinthians), Guerrón (Cruz Azul-MEX), Breno (São Paulo), Vecchio e Rodrigão (Santos). Mas que essas negociações não foram para frente pois o nosso gestor de futebol era incapacitado de realizá-las, preferindo uma conversa via WhatsApp com empresários e atletas do que efetivamente viajar em busca dos mesmos. Inclusive, Soares cita que em relação a Breno, Vecchio e Rodrigão, empecilhos foram colocados por Lucindo.

Sobre Osmar Lucindo:

O ex-treinador esmeraldino não economizou palavras com Osmar Lucindo. Primeiramente, foi claro em dizer que não iria falar do caráter pessoal do gestor de futebol, mas sim sobre sua postura como profissional do futebol. A princípio, disse que Lucindo é despreparado, não sabe conduzir o grupo, expõe os jogadores e é um problema para o futebol do Goiás.

Além disso, falou que a tal da história das ‘palminhas’ quando Criciúma retornou não era verdade. Disse também ser mentira o ‘corpo mole’ tão citado. Disse que Lucindo caiu de paraquedas na profissão, não acompanhava o seu trabalho na beira de campo, e que Gilson Kleina, Léo Condé e Enderson Moreira também tiveram problemas com o gestor. Por fim, afirmou o gestor ser despreparado, não desonesto, e disse que é inadmissível o Goiás, gigante como é, ter ele a frente do departamento de futebol.

Sobre o afastamento de jogadores:

Talvez um dos pontos mais pesados da entrevista. Segundo Sérgio Soares, quando ele chegou ao Goiás, foi feita uma reunião onde passaram a ele já estar definido o afastamento de Renan, Márcio, Helder e Paulinho. Mas mesmo decidindo por isso, o ex-treinador afirmou que Osmar não comunicou aos jogadores tal decisão.

Assim, quando foi decidida a demissão de Sérgio Soares, disse o ex-treinador que fez uma reunião com os jogadores, e disse que estava reintegrando ao elenco os jogadores afastados, pois tinha sido decisão do até então demitido treinador. Sérgio Soares nessa parte da entrevista chegou a esbravejar, falando que soube disso e que era inadmissível tamanha postura antiprofissional.

Sobre o próprio trabalho:

Sobre o ‘pulso firme’, Sérgio Soares foi claro: não permite ingerência, nem interferência sobre seu trabalho. Confirmou que Rassi o contratou, e que quem o demitiu foi o colegiado, mesmo ele tendo percebido que Sérgio Rassi tenha sido um suposto voto vencido. Sérgio se afirmou um treinador que respeita, cobra respeito, que busca um plano tático definido, busca fazer o jogador saber sua função em campo, com liberdade de ação.

Finalizando, com mais situações preocupantes:

Por fim, Sérgio Soares confirmou outras situações. Disse que os jogadores estavam assustados com algumas atitudes de Osmar Lucindo. Por fim, disse não sofrer influência na escalação pois não aceitava, mas era impedido de levar ao banco de reservas, mesmo nos jogos de Goiânia, 23 jogadores, afirmando que Lucindo dizia ser ‘cultura do Goiás’ levar apenas 20. Soares disse achar isso um absurdo, pois contava com o elenco como um todo.

O ponto que chamou atenção foi quando Sérgio Soares disse que Lucindo afirmou que os atletas gostavam mais de ‘rachão’. O ex-treinador disse isso ser inadmissível, ainda mais com pouco tempo de treinamento entre um jogo e outro.

O QUE FALAR DISSO TUDO?

Bom, primeiramente torno a falar. Até porque interpretação de texto é muito difícil nesse momento. Estou trazendo à tona a verdade de Sérgio Soares, que se não houver resposta e comprovações do contrário de Osmar Lucindo, acaba se tornando a verdade real dos fatos. Trouxe aqui detalhes da entrevista nas palavras do próprio ex-treinador. Mas, mesmo com as palavras de um só, podemos analisar os fatos com muitos fundamentos.

Primeiramente sobre reforços. Temos percebido que ao contrário do que acontecia outrora, os jogadores chegam aqui e não rendem. Depois, saem e rendem em outros clubes. Também é claro que reforços não chegam. Ao que parecem, estes jogadores questionam o profissionalismo do clube, e arrumam desculpas até mesmo ‘esfarrapadas’ para não vir. Então, faz todo sentido a incapacidade profissional na hora de negociar.

Sobre o PROFISSIONAL OSMAR LUCINDO, de fato não é preparado. É notório isso. Sérgio Soares não iria estragar uma carreira toda à toa para focar somente em responder uma pessoa. Outra coisa: qual conquista tem esse profissional no clube? Nenhuma. Aliás, toda vez que o nome dele é falado, é sobre críticas.

Até tratando disso, lembram quando Kleina chegou, disse que foi definido o afastamento de Daniel Carvalho, e o próprio treinador disse que avisou ao jogador pois o departamento de futebol não tinha o feito? É, o próprio Osmar Lucindo era o diretor de futebol da época.

Mostrando mais uma vez em provas: Sérgio Soares disse poder levar só 20 jogadores nos jogos. Se isso tudo for verdade, realmente ‘passaram para trás’ o ex-treinador’. No jogo contra o Santa Cruz, foram 21 jogadores para o banco de reservas.

Por fim, não há muito o que falar. As coisas se encaixam, e parece que um problema que parecia ser óbvio, foi escancarado de vez para a torcida. Será que haverá resposta? Será que Rassi, que mostra apenas ‘boa vontade’, vai continuar aceitando esse tipo de coisa? Lembre-se, nobre presidente, desde que você assumiu o Goiás só cai. E quando está lá embaixo, as coisas vêm a tona. Se você não tem comando, presidente, saia do clube! Afinal você pode acabar sendo escrachado por algo que sequer decide.

Quanto ao Osmar Lucindo, como gestor de futebol é um excelente veterinário.

Não, não estou desmerecendo a profissão de saúde animal, mas sim a enaltecendo. Se ele se dá bem nessa área, que seja o profissional de lá, ou então volte para a base onde conseguiu mostrar resultados junto aos excelentes e profissionais Hely Maia, Rubens Fantato, dentre outros.

Se não for verdade o que Sérgio Soares disse, então simples: desminta tudo isso e PROVE! Inclusive disponibilizo meu espaço para ver as respostas de cada apontamento feito nos mais de 24 minutos de entrevista.

O que não pode acontecer é o Goiás aceitar esse tipo de situação. Que o Departamento de Futebol não funciona, isso é óbvio. Que o clube está em uma fase que não pode errar, mais óbvio ainda. Até quando o erro ficará escancarado na cara do torcedor e nada será feito? O Goiás padece, sofre, é um paciente terminal (parafraseando o brilhante texto do amigo Tales Clemente).

E quem mais sofre com isso? Nós, torcedores, que PAGAMOS com nosso TEMPO, DINHEIRO e PACIÊNCIA, essa… essa… essa coisa toda que acontece no clube, só tira os torcedores do estádio. Estamos numa fase em que comemoramos 2.500 pagantes.

DE OLHO, ESMERALDINO:

  1. Até quando teremos demonstrações de falta de profissionalismo no Departamento de Futebol? Até quando teremos promessas de JOGADORES QUE PODEM CHEGAR? Tá na hora de acabar com isso.
  2. O time teve uma leve melhora e conseguiu vencer, mas ainda não vejo a possibilidade de acesso.
  3. Léo Gamalho amargou banco, e curiosamente seu substituto deu nova mobilidade ao ataque. Se cuida, Gamalhovic!
  4. Necessitamos urgentemente de um zagueiro, pelo menos dois meias, um atacante de velocidade e um centroavante!
  5. Quero manifestar meus parabéns a torcida esmeraldina, com foco na Força Jovem! Independente de como seja – até porque cada um tem suas convicções e métodos – temos de cobrar nosso time sim! Parabéns pela postura firme e exigente, tentando evitar assim que um time tão grande padeça na mão de pessoas despreparadas.