A Desconstrução da História

O Goiás Esporte Clube anda na contramão de algumas teorias, praticando aquilo que chamamos de involução. Tendo um mandatário administrativamente coerente, mas futebolisticamente raso, continuamos cometendo erros que se arrastam por toda essa década. Começamos 2010 sendo rebaixados para divisão de acesso do Brasileiro, com um ano minimamente esquisito, pois também chegamos à final da Sul Americana (que também vale a pena ser esquecido). E assim seguimos em um efeito sanfona que nos traz sequelas quase irreparáveis.

Com dois anos muito bons (2012-2013), começamos a reduzir a nossa história a partir de 2014. Rebaixados novamente em 2015 e cometendo os mesmos erros que não permitiram o acesso em 2016, começamos este ano com a esperança de novamente fazer uma campanha pelo menos razoável. Mas o sentimento que tem consumido os torcedores do Goiás é justamente o contrário, preenchendo os corações esmeraldinos com um medo irreconhecível.

Não podemos minimizar o trabalho do Harlei Menezes nesse ano, mas há dois anos atrás foi dada a oportunidade de ele queimar toda a sua história no clube e ele tem muito trabalho a fazer para não deixar que sua imagem seja manchada para sempre. Outros dois ídolos que vieram e tiveram a sua história antes relevante, hoje diminuída foram Léo Lima e Araújo. Os dois jogadores se recusaram a jogar futebol nos seus retornos. Acomodados, talvez com a maneira que a torcida os tratava ou com que a diretoria se relacionava, os dois simplesmente não se comprometeram com sua profissão e demonstraram o mínimo de respeito pelo clube.

Agora, temos o provável encerramento do ciclo de outro grande ídolo do Goiás. Walter pode sair, com a certeza que não voltará, sairá pela porta dos fundos deixando a torcida que o ama decepcionada.  Desde agosto do ano passado, o atacante qualificado não agregou qualidade alguma ao grupo, sendo irrisório tecnicamente. Esse ano ele foi absolutamente nulo, faltando com o respeito com o clube quando se apresentou muito acima do peso, além de forçar a contratação de um “parceiro”, usar redes sociais para entrar em conflitos e derramando o copo da paciência com a agressão a um companheiro de equipe.

Acredito que falte aos jogadores de hoje o entendimento que o contrato assinado gera uma relação profissional, onde existam responsabilidades a serem cumpridas e direitos a serem recebidos. Entendo que o insucesso destes “ídolos” é de grande parte de responsabilidade dos próprios jogadores, porém acredito que também o clube tem tratado de maneira errada aqueles que retornam. Essa via é de mão dupla.

Nosso clube não é verde por acaso. Somos o clube da esperança. E hoje, o que nos resta é a esperança de ver o nascimento de um ídolo e o tratamento que é devido para que se mantenha assim.

PS: Boa Sorte W18!