É hora de solução caseira!

Com a saída de Gilson Kleina, o Goiás convocou o treinador do SUB-20, Sílvio Criciúma, para comandar o time profissional diante do CRAC, em partida válida pela 11ª rodada do Campeonato Goiano, nesta quarta-feira, 22, às 21h45, na Serrinha (estádio Hailé Pinheiro).

Várias mídias jornalísticas já fizeram até enquete sobre um possível novo treinador, figurando nomes como Marcelo Oliveira, Ricardo Gomes, Cristóvão, Micale, Ney Franco, dentre outros. O primeiro despertou muito interesse dos que participam das discussões. Aliás, em seu currículo recente existem passagens por Cruzeiro, Palmeiras e Atlético/MG, precedidas por um proveitoso período em que comandou o Coritiba, levando os paranaenses a duas finais seguidas de Copa do Brasil.

O mais curioso é que a imprensa não quis sequer apostar em nomes caseiros, talvez por não acreditar nessa possibilidade, sugerindo nomes mais badalados no mercado.

Contudo, o nome do treinador do SUB-20 do Goiás, embora não empolgue mídia e torcida, surge como uma boa opção para o esmeraldino, sobretudo por dois motivos: 1º) ele já tem experiência em time profissional (Criciúma, Atlético Ibirama, Trindade, Aparecidense e Anapolina); 2º) é ex-jogador esmeraldino (entre 1996-2001) e atual funcionário do clube.

Defendo essa possibilidade pelo fato de que é preciso aceitar e reconhecer o atual lugar do Goiás na realidade atual do futebol. Estamos literalmente perdidos e sem garantias de que poderemos voltar a brigar na elite a curto e médio prazo. Não há, pelo menos de forma transparente, um projeto definido, ou metas traçadas, salvo o “discurso” de que o time tem que “subir” esse ano para a Série A.

Outro problema, que na verdade é mais um incômodo na vida dos profissionais, é o perfil da torcida esmeraldina, tida por chata, exigente e pouco participativa nas questões políticas que envolvem o clube.

Por isso, pra que apostar nos treinadores que são ex-jogadores de outros clubes nacionais e discriminar ou rejeitar os nossos ex-jogadores?

Todos os nomes citados são de ex-jogadores, muitos dos quais ainda não conquistaram um título de expressão como treinador. Estão sem clube justamente porque não tiveram um bom desempenhos nas suas últimas equipes. Mas eles, em tese, tem o que Sílvio Criciúma não tem, que é o nome badalado no mercado, muito embora, repito, não conquistaram nada relavante no futebol.

Vejam o exemplo do nosso ex-treinador Gilson Kleina. Estava empregado e mesmo assim deixou o Goiás para assumir a Ponte Preta/SP. Quando chega a vez do Esmeraldino, várias são os argumentos para justificar ou não uma contratação, inclusive o financeiro. Por isso, vamos atrás de qual perfil de treinador?

Se for preciso um “general” para moralizar a equipe ou buscar comprometimento de grupo, discurso que eu reputo altamente imoral, pois empregado que tem bom salário e não está comprometido com a empresa é bandido e deve ser dispensado, é preciso rever nossos valores. Jogador mala é problema de Diretoria e não de treinador. Existe treinador ruim, mas existe também grupo (elenco) péssimo, mesmo formado por bons jogadores. Há muita enganação, polêmica, místicas e outras divagações no meio futebolístico, mas tudo isso é encenação e discurso barato.

Temos hoje de “goiano” no nosso mercado, além de Sílvio Criciúma, apenas Zé Teodoro (Aparecidense) e Everton Goiano (Iporá), sendo que os dois últimos, além de serem goianos do “pé rachado”, já colecionam títulos como treinadores.

everton silvio ze

Precisamos de identidade, objetividade e de um treinador que não nos deixe na “chapada” no meio da temporada! Contratar treinador que já chega pensando em voltar pra clubes do eixo sudeste-sul é dar tiro no pé e jogar dinheiro fora. Por isso, é hora de ter calma na definição e não ceder às pressões de empresários.

ETERNAMENTE SEREI GOIÁS!