Goiás

Opinião: O Goiás e suas provas de fogo

O Goiás chega à 10ª rodada do Campeonato Brasileiro da Série B podendo reassumir a liderança da competição, ou sair do G4, demonstrando que estamos disputando uma competição bastante equilibrada, considerando o tamanho e a tradição dos adversários, e repleta de dificuldades, que mais parecem armadilhas. Desgaste físicos, contusões, política interna ou externa, lobby e erros de arbitragem são exemplos de problemas que podemos enfrentar ao longo do processo. Podemos contratar mais reforços ou, mesmo tendo uma diretoria mais profissional, perder jogadores. A janela de transferência vem aí. Quem quer vir ou ficar em uma zona de guerra?

Essas armadilhas vêm das provas de fogo que os clubes enfrentam a cada rodada, que podem te dar tranquilidade ou desorganizar o ambiente, a depender das circunstâncias. Só que, no caso do Goiás (3º, com 17 pontos), apesar da frustrante derrota na última rodada para o Mirassol, temos que levar em consideração nossa boa campanha até aqui, com 62% de aproveitamento, acima da média de pontos de três dos quatro clubes que alcançaram o acesso em 2023.

Quando falo em provas de fogo, me refiro à dinâmica, riscos e dificuldades dos jogos. Perdemos fora, para um adversário em plena desvantagem, e agora temos pela frente, em casa, um grande adversário, que é o Coritiba (9º, com 14 pontos), clube que se tornou SAF e vem melhorando sua classificação na tabela, podendo até alcançar o Goiás em caso de vitória aqui. Não há nada de absurdo nisso, embora eu espere por uma grande vitória esmeraldina.

E quando falo em armadilhas, me refiro aos riscos que a pressão por vitórias e resultados traz ao time, já que o aspecto mental de uma equipe pode ser um diferencial em competições de longa duração (A Série B começou em abril e termina em novembro). As derrotas e tropeços são normais. O que não é normal é como ou não reagimos a elas, já que, a cada resultado adverso, a frustração toma conta de parte da torcida.

Não estou criticando a torcida, que já sofreu muito e tem motivos para ser desconfiada. Estou somente falando das mudanças na política do clube, que precisam ser reconhecidas e, caso não sejam, na necessidade de o torcedor entender que críticas e pressão em jogadores não culminam, automaticamente, em reação ou bons resultados.

Entretanto, não estamos falando de um time que está na parte de baixa da tabela ou que não vence seus jogos, principalmente, aqueles mais difíceis. Estou falando do time que já deu sinais de que pode fazer uma boa Série B e conseguir o acesso, ainda que com a velha e conhecida dificuldade de um clube que não tem dinheiro ou poderio financeiro para fazer frente a maioria dos adversários.

Não podemos acreditar que equipes como Santos, Coritiba, Sport, América/MG, Chapecoense, Cerá e Avaí, todos com passagem pela primeira divisão, vão tropeçar e o Goiás não. Por isso, fica a dica. Domingo é dia de Goiás x Coritiba na Serrinha, às 18h30. Você tem o direito de ir ao estádio ou assistir ao jogo em casa e protestar, cobrar reação e melhorias na equipe, assim como pode evitar sofrer e buscar algo mais prazeroso ou menos cansativo. Dormir também é uma boa opção.

A questão essencial aqui é saber administrar a ansiedade pelo acesso e apoiar o time nos momentos de dificuldade. Não peço para passar a mão na cabeça de malandro, nem pra ser conivente com jogador profissional que ganha bem e precisa dar resultados. Mas temos de entender que do outro lado (clube) existem pessoas que vivem o futebol 24 horas por dia, muitos há algumas décadas. Torcedor não é ignorante, mas não pode se perder na ilusão de acreditar que os tropeços não afetam o emocional do time e da comissão técnica. A questão, repito, é o tempo de reação. Às vezes, tudo que precisam para reagir é de um estádio lotado.

ETERNAMENTE SEREI GOIÁS!

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