Opinião: O Goiás perdeu sua identidade

Goiás
Foto: Rosiron Rodrigues

Assim como os milhares de esmeraldinos que foram à Serrinha no último domingo, tive o desprazer de enfrentar o calor daquele início de noite e mais uma atuação extremamente apagada do nosso time que, jogando em casa, não foi capaz de se impor perante um dos times mais fracos da Série B, que é o Paysandu/PA.

Tive várias impressões ruins desse contexto todo, mas duas coisas me preocuparam mais, sendo a primeira delas a falta de personalidade do elenco e a segunda o fato de o treinador Vagner Mancini não ter a menor noção do que acontece no Goiás. É difícil acreditar que o Verdão não ofereça boas condições de trabalho, bem como que os jogadores não tem motivação para jogar aqui ou disputar a Série B.

Apesar de termos um elenco com atletas rodados, alguns com passagens por clubes da Série A, todos vieram para cá como apostas, já que não viviam o auge de suas carreiras, tampouco eram destaques de seus clubes. Mas isso não é desculpa para o péssimo futebol apresentado, pela falta de inspiração dos atletas e pela escalação ruim e que, pasmem, consegue piorar ao longo da partida, principalmente, quando o time está mal e o treinador relaciona nomes como o do jovem Ian Luccas.

Eu acompanhei, à distância, boatos acerca da pressão de “alguns”, não sei se são torcedores, reportando a existência de atletas do grupo esmeraldino que levam uma vida social mais agitada e incompatível com o futebol profissional. Ocorre que o Goiás não pode dar margem para que qualquer comentário a esse respeito ganhe destaque, dentro ou fora do clube. Passou da hora de mudarmos de patamar e deixarmos de ser um clube provinciano, que vive preso ao passado e sobrevive das aparências.

Você olha o Goiás, vê história, títulos, grandeza e uma torcida maravilhosa, mas, ainda se pergunta se há profissionalismo ou se a gestão é capacitada o suficiente para oferecer algo bom o suficiente para retratar, em campo, nosso valor e tradição. Ninguém respeita o Goiás e isso vem se tornando um circulo vicioso, pois, entra ano, sai ano, só vivemos de crises, intrigas e muita fofoca, envolvendo todos os que possuem alguma função no futebol esmeraldino.

Respeito o trabalho que se iniciou recentemente, com figuras consagradas e promissoras na gestão do futebol, porém, não estou clamando só por resultados, mas pela volta de um Goiás mais digno e que mostre raça e disposição em campo e não se abata diante das dificuldades. O momento pode não ser dos mais críticos em termos de tabela e classificação, mas não há fé, nem otimismo em relação ao que está aí.

Alguém precisa dizer ao Vagner Mancini que não há um único jogador sequer desse elenco que seja insubstituível ou inegociável. Muito menos ídolos. Muitos com algum destaque, mas nada que se compare aqueles que fizeram história aqui. É óbvio que Mancini chegou a menos de um mês, mas até agora não passou um pingo de confiança. Seu time não tem nada, sem talentos, sem esquema de jogo, com pouca criatividade, nenhuma personalidade e muitos jogadores com excesso de proteção, já que não são barrados e, mesmo sem resultados, continuam sendo escalados.

Não vou citar nomes, pois é obrigação do treinador arrumar a casa. Mas a maioria dos que foram titulares contra o Paysandu não tem condições de permanecer no time titular do Goiás. E é difícil acreditar que esse grupo, com o comportamento vistos nos últimos jogos, voltará para a Série A. Temos muitos jogadores inteligentes e bons de lábia, mas seria melhor que ficassem calados e voltassem a vencer os jogos, antes que não haja mais com o que sonhar. O Goiás perdeu sua identidade e passou a ser uma espécie de spa, colônia de férias de luxo ou casa de repouso. Não sinto o respeito necessário pela camisa do Maior do Centro-Oeste. Fica o recado!

ETERNAMENTE SEREI GOIÁS!

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