Carência e Incompetência

Não há dúvidas, o torcedor do Goiás está carente de nomes que resolvam. Bastaram duas derrotas para adversários com orçamento muito maiores, para que parte da torcida clamasse por um jogador que está parado há quase um ano, fora do peso e com histórico de problemas emocionais (não ignorando o fato da inatividade por doping). Claro que a responsabilidade da possível contratação do Walter não é da torcida, e sim do departamento de futebol do Goiás. Mas, há departamento de futebol no Goiás Esporte Clube?

Contratações em sequência de jogadores sem sequência, ou com números totalmente inexpressivos, escancaram que Tulio Lustosa não tem conhecimento de futebol algum ou não tem autonomia alguma (vide Jair Ventura), e está sendo o bode expiatório perfeito para os superiores montarem um elenco baseado em preço, não em valor. Kayke, nosso centro-avante titular, está há mais de 18 meses sem marcar um único gol. Daniel Guedes não conseguiu sequência no Santos em 2018 e início de 2019. Sem contar com os que já estavam por aqui, como Marlone e Vaz, sempre questionado por onde passam. Tadeu é um ponto fora da curva, e mostrou que contratação baseada em indicadores é o caminho mais coerente na construção de um elenco pelo menos razoável.

Enquanto isso, somos bombardeados por desculpas nas rádios. “O Mercado está muito doido”, “jogador não quis vir” e assim o repertório vai aumentando. Na contramão, nossos adversários na briga contra o rebaixamento (essa infelizmente é a realidade do nosso time) conseguem contratações de jogadores que ao menos foram titulares em 2018. Fortaleza leva, por empréstimo junto ao Corinthians, o bom atacante André Luiz. Thiago Galhardo se juntou ao elenco do Ceará, que já havia contratado o bom lateral esquerdo Carleto.

Não acredito que Copete viria resolver nossos problemas, principalmente se basearmos nos números recentes, mas ao menos trás mais qualidade e velocidade ao jogo agudo necessário no estilo reativo adotado pelo Claudinei. Segundo o repórter André Rodrigues, a proposta já está nas mãos do Santos, agora cabe à aqueles que negociam colocar à disposição as armas pra tornar ao atleta a vinda dele atrativa. Precisamos disso para trazer nomes que diminua a carência da torcida e principalmente a deficiência técnica da equipe.

O último ano bom do atacante preferido pelos mais carentes torcedores foi em 2013 no Goiás. Após isso, passagens conturbadas e bem aquém de qualidades técnicas por Fluminense, Atlético, CSA, Paysandu e no próprio Goiás, sucedido por inúmeros atos de desrespeito ao clube, como comemorações contra nosso time, áudios, brigas. Precisamos de peças melhores do que temos hoje, mas contratar Walter é colocar o departamento de futebol para assinar um atestado de incompetência. É dizer a torcida: Não somos capazes de fazer algo bom para o Goiás.