Por: Wagner Oliveira
Depois de mais um de mês de espera, Guto Ferreira será o novo técnico do Goiás. Achei um bom nome diante das alternativas que havia no mercado. O que eu mais temia eram técnicos batidos e fracos como Jorginho, Lisca e Marquinhos Santos, e convenhamos, quem conhece esse clube sabe que esses nomes foram cogitados lá dentro.
Mas quis a sorte que Guto deixou o Coritiba e ficou livre para acertar com o Goiás. É um técnico com uma postura diferente do estilo medíocre de Jair Ventura. E isso não significa que ele é ofensivo, mas que não joga com covardia e medo durante os 90 minutos, como nós vimos durante quase todo o ano de 2022.
Nos seus últimos trabalhos, Guto arma equipes reativas com um pouco mais de eficácia e mais calma para trabalhar as jogadas até chegar ao gol do adversário. Com Jair Ventura, isso nunca existiu. Era balão pra frente, cruzamento na área, e torcer para que o outro time cometesse um erro para ganhar a partida. Isso ainda funciona no futebol, mas para clubes que não querem ser nada mais do que coadjuvantes. Se o Goiás quiser sonhar com ‘algo a mais’, como disse o sonhador (e falastrão) Paulo Rogério Pinheiro, que acha que tem condições de brigar pelo título da Copa Sul-Americana, o clube não poderia continuar com a mesma filosofia de jogo de Jair Ventura.
Resta dar uma equipe minimamente competitiva para Guto e permitir que ele indique contratações, pois se isso não acontecer, Harlei irá afundar o clube mais uma vez com apostas do interior paulista e perebas do futebol de várzea. É preciso sempre lembrar que estamos na Série A, e temos uma competição internacional pela frente, ou seja, o vice-artilheiro do Uberlândia não vai ajudar em nada nessa trajetória.
Além disso, é preciso dar tempo para Guto. Não adianta falar que “não sente saudades de ganhar o Goiano” e trocar de treinador caso fiquemos sem o estadual por mais um ano. E mesmo se ganharmos, é importante colocar os pés no chão, lembrar que esse torneio não significa nada e que não fica bem na fita pegar um microfone pra prometer Libertadores.
Resumindo: podemos esperar um Goiás mais corajoso com Guto no comando? Talvez sim. Isso se o próprio Guto tiver paciência para trabalhar com tanta gente amadora ao lado. É torcer para ele abraçar a causa, fechar o elenco do jeito que achar melhor e impedir menos intervenções ‘pinheirísticas’ possíveis.
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