E a base vem como?

O futebol brasileiro tem mostrado um cenário interessante. Grandes clubes têm como principais peças jogadores muito jovens, por vezes vindo da base. Léo Duarte, Paquetá e Vinicius Jr. no Flamengo tem se destacado. O Jovem Rodrygo do Santos é outro que se faz o jogador mais importante do time. Everton no Grêmio é titular incontestável e traz consigo excelentes atuações esse ano, entre tantos outros jovens que se têm se destacado. O Goiás não anda na contramão disto, com David Duarte, Léo Sena e Carlos Eduardo entre os titulares e Jefferson e Madson sempre aparecendo no time principal também, adotou a lógica contemporânea de que “O essencial é feito em casa! ’. Mas será que os resultados são os esperados? Qual o verdadeiro panorama desta situação no Verdão?

No intervalo do jogo contra o Atlético Go, vimos alguns jogadores chegar próximo ao Léo Sena e fazer cobranças. Esse por sua vez, demonstrou nitidamente a insatisfação com tais, ao invés de adotar postura humilde e ouvir seus companheiros, voltou para o segundo tempo cometendo os mesmos erros. Ney Franco, logo após mais um lançamento equivocado, o substituiu pelo suplente Giovanni. Coincidência o time do Goiás ter melhorado? Não. A qualidade técnica de Sena é incontestável, mas a impressão que fica para muitos que assistem é que falta vontade de fazer o jogo render, característica essencial para a posição de segundo volante. Alguns torcedores o pedem como meia, posição essa que já atuou algumas vezes e não rendeu bem.

Carlos Eduardo é sem dúvida o nosso mais técnico jogador. Já citei em outro texto que se faz necessário que ele seja mais eficiente na tomada de decisões, mas também esta escancarada a falta de vontade de ver o time jogar bem coletivamente. Insistindo infinitas vezes nas jogadas individuais, tentando sempre o drible, escolhendo o pior momento pro arremate, esse tem sido o CA7 do Campeonato Brasileiro, diferente de muitos jogos no Goiano e na Copa do Brasil esse ano. Falta ser mais incisivo e coletivo. Este precisar entender que não há uma área específica delimitada onde ele deve atuar, pode ser mais diagonal e objetivo.

Para concluir meu pensamento, gostaria de lembrar o caso Roger Guedes, hoje destaque no time do Atlético Mg nesse Brasileirão, e que logo na primeira rodada do campeonato deu um passe de calcanhar na intermediária do campo de ataque para o adversário gerando em seguida a jogada que iniciou a virada do Vasco. No outro dia toda a impressa noticiou que Roger Guedes poderia ter seu contrato rompido com o clube, pois a insatisfação da comissão técnica, grupo e diretoria eram gigantescas diante da postura do jogador. Após o ocorrido, o jogador adotou outro comportamento, sendo decisivo nos jogos do Galo.

E é exatamente o ponto que eu acho falho nos nossos meninos da base: POSTURA! Credito isso ao fato do comodismo, à falta de humildade, em saber que serão titulares independente do rendimento. Isso se dá pela necessidade de valorização para uma boa venda? Dá-se pela ausência de jogadores com qualidades técnicas semelhantes no elenco? Essa pergunta, pelo menos para mim fica sem resposta.  O que não passa despercebido é que tanto diretoria quanto comissão técnica também precisam mudar a conduta com esses jogadores, pressionando e cobrando-os de maneira mais contundente. O que não podemos esconder é que precisamos muito da qualidade técnica e do empenho desses dois, começando por hoje contra a Ponte Preta, para que possamos ainda ter um resto de esperança no ainda dificílimo, mas possível acesso. E se não houver? Que haja mudanças no time, dando oportunidade a quem realmente quer ver o Goiás, e não só a si, em um lugar melhor, o lugar que é devido.

O que espero com esse texto?

Ver amanhã as redes sociais com a hastag “Deus perdoe essa pessoas ruins” depois de uma atuação magistral dos garotos da base.