Goiás aponta evolução financeira, mas disparidade com clubes da primeira divisão ainda é grande

Goiás
Foto: Divulgação/Goiás EC

O Goiás Esporte Clube vem atravessando uma das piores crises financeiras de sua história, muito por conta da gestão no ano de 2020, que além dos gastos excessivos, não soube administrar bem a crise econômica que tomou conta de todo mundo após a pandemia da Covid-19. Porém, aos poucos, com um passo de cada vez, o clube vem se reestruturando nesse sentido, graças também a boa gestão financeira que o presidente Paulo Rogério Pinheiro vem fazendo. Com isso, o Globo Esporte fez um balanço das finanças do clube e projetou o futuro do Verdão.

Confira o balanço financeiro do Goiás

Goiás
Foto: Divulgação/Goiás EC

A comparação entre faturamento (tudo o que foi arrecadado em cada ano) e endividamento (o que havia a pagar no último dia de cada exercício) conta um pouco da história recente do Goiás. Receitas estiveram prejudicadas nos anos em que o clube disputou a segunda divisão – 2017 e 2018. Elas voltaram a crescer com a passagem pelo primeiro escalão, em 2019 e 2020, e depois caíram a um patamar ainda mais baixo com a volta para a Série B, em 2021.

Combinada às decisões tomadas pela administração esmeraldina nesse período, a oscilação não fez nada bem às contas. Dívidas foram multiplicadas e segundo o levantamento da reportagem do Globo Esporte, chegaram a cerca de R$ 80 milhões. Pouco, diante de adversários endividados, mas acima do que o clube esmeraldino está habituado, já que o Verdão sempre foi exemplo em sua gestão financeira.

O principal motivo para a variação brusca, entre uma divisão e outra, está nos direitos de transmissão. Enquanto o Campeonato Brasileiro gera no mínimo R$ 40 milhões – a depender de fatores como a quantidade de jogos transmitidos e a posição na tabela –, a Série B rende R$ 8 milhões. Disputar a primeira divisão é o primeiro passo de qualquer clube que pretenda ter estabilidade financeira. As demonstrações de 2022 virão certamente melhores, graças ao que se arrecada com os direitos de transmissão.

Hoje, não há dúvida de que a crise financeira no clube foi minimizada. Ainda que o faturamento não tenha sido totalmente recolocado em um patamar alto, dívidas foram reorganizadas em 2021, e o departamento de futebol funcionou adequadamente. A conquista do acesso foi muito importante. A disputa da primeira divisão, em 2022, fará a arrecadação aumentar consideravelmente.

Hoje, o time esmeraldino está fora da zona de rebaixamento do Brasileirão e parece ter forças para permanecer na elite. Este é um passo fundamental. A disparidade financeira ainda é enorme com os demais clubes da Série A. A folha salarial que o clube teve em 2021 foi de R$ 28 milhões (incluindo salários, imagens, encargos trabalhistas e outras deduções de natureza trabalhista). Suficiente para conquistar o acesso na Série B, mas obviamente escassa para encarar rivais com muito mais dinheiro no primeiro escalão.

Para continuar a crescer, o Goiás precisará expandir as linhas de receitas além da televisão. Patrocínios, bilheterias, sócios-torcedores, e principalmente a venda de atletas, que tem maior potencial. Por enquanto, o que há de concreto é a recuperação financeira e a busca pela estabilidade no Brasileirão, que esbarra principalmente na disparidade em relação aos mais ricos, mas não desespera. O Verdão parece ter entrado no eixo que tantas vezes o destacou nacionalmente.

Leia Mais: