Monara Marques foi criticada por um veículo de comunicação sobre uma suposta mudança de mascote que sequer aconteceu. A Gestora de Marketing do clube saiu da suspeita com total fundamentação e razão, mostrando a qualidade do trabalho daquele departamento e o que tem sido feito para o tema. Confira a resposta da gestora sobre as maldosas especulações:
Vamos falar sobre o mascote?
Por Monara Marques – Site Pessoal.
Hoje, me deparei com um texto que, embora faltasse com princípios básicos do jornalismo, como checagem de informações e adjetivações desprovidas de embasamento, me abriu a oportunidade de debater com mais pessoas um tema de suma importância para qualquer marca: seus símbolos.
Um clube de futebol traz na sua camisa, no seu escudo, na sua bandeira, nas suas cores, representações únicas, capazes de gerar, entre outros atributos, a identificação.
Trabalhar esse quesito é uma das funções do marketing, visto que uma marca com identidade fortalecida engaja, fideliza e converte mais fãs/torcedores/consumidores.
Conheça a ti mesmo
A maioria das instituições esportivas tem no mascote mais um tipo de personificação da marca. Com o Goiás não é diferente.
Há cerca de seis meses, o clube tem desenvolvido um trabalho de Branding que envolve várias diretrizes, entre elas desvendar a alma do Goiás, conhecendo melhor sua história, sua identidade e seu público.
Desde então, têm sido feitas pesquisas, qualitativas e quantitativas, com metodologias desenvolvidas por institutos credenciados, para melhor direcionar as ações de marketing, auxiliando o clube em suas decisões. Acreditamos que, assim, o profissionalismo sobreponha-se ao “achismo”, ainda predominante no mundo do futebol.
É hora de refletir
Os primeiros resultados obtidos trazem uma série de dados, percepções e comportamentos que vão embasar diversas ações. Sobre o mascote, especificamente, havia, neste primeiro momento, apenas concepções empíricas.
As discussões nesse sentido começaram quando contratamos uma empresa para reformular nossa fantasia. A partir daí, iniciamos um trabalho de apuração para discutir as mais variadas hipóteses. Uma delas foi a do moché, considerando, entre outros quesitos, alguns cases de sucesso, como o Gobatto do Palmeiras, que conseguiu descontruir um termo pejorativo –o porco -, transformando-o em mais um símbolo do clube, algo que também já aconteceu com o Goiás quando assumiu o número 33.
Claro, são realidades, momentos e histórias diferentes, mas não cabe ao departamento de marketing descartar gratuitamente qualquer possibilidade, por mais absurda que pareça.
Descobrimos que há esmeraldinos que se identificam com este símbolo. Muitos até se autodenominam mochés. Reconhecemos que outros abominam! Alguns nunca sequer pensaram a respeito. A reflexão chega em boa hora.
Resgatando a história
Precisamos fortalecer nossa identidade, que é uma mescla de nossas origens com nossa história. História essa que, ao longo do tempo, toma vários cursos, muitas vezes acentuando aquilo que já está no nosso DNA, outras vezes absorvendo o que o meio ou o momento nos institui.
O periquito, enquanto mascote, nasceu junto com o Goiás. A origem do símbolo, porém, traz várias controvérsias. Há versões que dizem que a inspiração veio do mascote do Palmeiras, então Palestra Itália, time do coração de Lino e Carlos Barsi, dois dos fundadores do Goiás. Outras dão conta de que um torcedor de arquibancada, nominado Raimundo Baiano, gritava “periquito” sempre que o esmeraldino entrava em campo. Há quem defenda que a assunção desse símbolo veio somente em 1966 quando uma bandeira, estampando um periquito dominando uma bola no peito, foi estendida no Estádio Olímpico, durante a final que rendeu ao Goiás sua primeira taça.
História é o que não falta também sobre o moché. Há quem diga que no lugar onde hoje está o Estádio Hailé Pinheiro havia um brejo. Outras versões, menos lúdicas, dizem que um cronista esportivo assim apelidou o Goiás, criando uma referência pejorativa posteriormente adotada por torcedores rivais.
Escrevendo mais um capítulo
A única certeza é que jamais haverá unanimidade, nem sobre o periquito, nem sobre o moché. Para mudar, manter, assumir ou expandir, precisamos de embasamento científico. Uma forma de otimizar essa busca é ouvindo a própria torcida, que, opinando, poderá dar asas ao periquito, fazer o sapo pular ou, simplesmente, adotar ambos.
As pesquisas nos darão indicadores mais assertivos. Mas só o tempo irá dizer se as decisões foram acertadas, se as ideias foram absorvidas e se a cultura foi, de fato, instaurada.
Ajude-nos a escrever mais esse capítulo na história do Goiás enviando sua opinião para [email protected] .
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