O Goiás precisa lapidar melhor suas “jóias”.

Goiás
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A evolução da humanidade, assim como o desenvolvimento de povos e nações, passa sempre pelo estudo criterioso da História. É consenso entre os mais estudiosos que um País só se torna efetivamente uma potência, quando consegue, através de seus meios de produção, agregar cada vez mais valor às riquezas que gera.

Essa máxima vale para empresas, profissionais liberais e demais instituições públicas e privadas que repassam seus produtos e serviços. No caso do futebol, um clube só se desenvolve por meio da relevação de jogadores ou caso tenha um “grande”, pra não dizer enorme, aporte financeiro por trás de si. No primeiro caso, a revelação de bons jogadores dá esse necessário aporte e permite a realização de investimentos capazes de manter a competitividade do clube no mercado.

Não se pode ignorar que o Esporte virou business. Isso mesmo, grandes clubes são grandes empresas. A National Basketball Association, mais conhecida como NBA, por exemplo, é formada por equipes “franquias”, o que dá certos direitos de representação e de exclusividade na exploração da marca em determinados espaços. Tudo é negócio e geralmente lucrativo.

O Goiás Esporte Clube é um clube indiscutivelmente tradicional, “como poucos”, do futebol brasileiro, e conseguiu boa fama no Esporte graças aos valores produzidos aqui, muito embora esses valores fizeram mais sucesso em outros clubes, do que no próprio Esmeraldino.

Aí entra a análise política e econômica sobre o modus operandi do clube. Quando vai ao mercado em busca de aumentar seu capital, normalmente exporta matéria-prima bruta (atleta). Agrega algum valor mínimo nessa matéria, mas geralmente não usufruiu do melhor que esse produto (jogador) pode oferecer.

Falo isso de atletas como Carlos Eduardo, que é um dos mais criticados da equipe, mas também um dos mais decisivos e importantes jogadores do clube nos últimos anos. Talvez as críticas, muitas vezes negativas, mostrem o quanto é “grande” esse jogador, que já tem mais de 100 partidas com a camisa do Verdão, tendo apenas 21 anos de idade.

Carlos Eduardo é hoje o único nome do clube que é cobiçado pelo mercado, por clubes grandes e com maior poder de investimento. Pode sair do clube e ser bem-sucedido como muitos já foram, deixando sempre a impressão de que podia ter rendido mais, ajudado mais, conquistado mais.

O problema, porém, passa pela análise de quem seria responsável por obter de Carlos Eduardo os bons resultados e um melhor rendimento? Certamente isso é papel do clube e de sua comissão técnica. Entretanto, um clube que vive com a “corda no pescoço” como é o caso do Goiás, sempre faz as coisas na base da pressão e em busca de sobrevivência. Basta ver o desespero de 2017, quando o clube se viu à beira da Série C.

Na dá para esperar que um Clube assim consiga agregar valor considerável aos seus bens de produção e consequentemente se tornar uma potência em seu meio. São muitas as promessas da base, que deixam a sensação que poderiam fazer mais pelo time e por eles mesmos.

Todavia, nas últimas temporadas temos experimentado apostas em jogadores de outros clubes e ligados a empresários, sempre com o argumento de que a base não dá conta e não consegue dar sustentação técnica ao time. Eles vem, se destacam e vão embora. E o Goiás fica a ver navios, sem levar nenhuma vantagem como “verdadeiro” clube revelador.

Vamos torcer para que o clube esteja sensível a esse processo e busque melhor aproveitar esses talentos e promessas que aí estão. É preciso investir na gestão técnica do clube e melhorar seu marketing, para que os atletas tenham segurança em permanecer por mais tempo aqui. Essa permanência pode ser útil para todos.