Opinião: Tentando tirar o Goiás do papel

Goiás
Foto: Rosiron Rodrigues

Essa semana se iniciou com, diga-se de passagem, uma série de mudanças e anúncios na gestão de futebol e na comissão técnica do Goiás. Nunca se viu tanta gente presente e discursando no sentido de que existe um consenso entre os responsáveis pelo clube, que é buscar o acesso à Série A, com expectativa (aí eu lembro de um ex-presidente que comandou o clube em um passado não muito distante) de ver o time presente no G-4 da competição durante boa parte da Série B.

Isso empolgaria muita gente, caso houvesse mais transparência e a certeza de que o clube tem dinheiro ou patrocínio, mas ficamos reticentes com esses discursos cheios de palavras nas entrelinhas, mas que sempre esbarram em um orçamento limitado, já que a missão é voltar para a elite do futebol brasileiro. Aí fica a pergunta: voltar pra quê? Para brigar por títulos em médio e longo prazo ou só para ter acesso a uma fatia maior da verba paga aos participantes, sobretudo, pelas cotas da televisão?

Vejam vocês que deixei para falar do novo diretor de futebol Lucas Andrino e da nova comissão técnica encabeçada pelo treinador Márcio Zanardi. Não vou gastar meu português com eles, até em respeito ao trabalho de cada um, ao esporte e à torcida esmeraldina. São bons no que fazem e prometem ter vida longa no futebol, inclusive na elite, já que receberam importantes sondagens de grandes clubes brasileiros. Ninguém consegue isso à toa. Então, meu desejo é que consigam fazer o melhor trabalho de suas carreiras no Goiás.

Todavia, não podemos nos esquecer que ano passado trouxeram o melhor treinador da temporada 2022/23 em Portugal (Armando Evangelista), o que não é pouca coisa, se considerarmos que esse País possui, atualmente, treinadores em importantes ligas de futebol mundo afora, muitos considerados técnicos de ponta. Ora, tudo bem que o cenário era diferente, do ponto de vista político e administrativo, mas ainda não temos a certeza de que existe dinheiro, autonomia e que a gestão política mudou. Não me chamem de pessimista. A única conquista do Goiás nos últimos anos foi a desconfiança. Vai saber o que prometeram para que esses contratados aceitassem o desafio.

Por enquanto, muitas sondagens acerca de saídas e apenas uma única contratação, do volante Marcão. Confesso que não conheço o jogador. Tive que ir em busca de informações e descobri que ele teve boas passagens por clubes medianos. Entretranto, desejo sorte a ele e não vou tecer nenhuma crítica, pois muitos elogiaram essa contratação e espero realmente que ele tenha sucesso por aqui.

Agora, considerando que já temos estreia na Série B no dia 20/04, fora de casa, contra o Ceará, tenho que pesar a mão na crítica contra a falta de organização e planejamento. Estamos em Abril e o Goiás ainda está montando seu elenco, possivelmente sem dinheiro para fazer frente aos principais adversários. Obviamente, a chamada “janela de transferências” deste mês de abril, por conta do fim dos estaduais, abre muitas possibilidades. Então, vamos torcer para que cheguem atletas com condições de fazer a diferença e ajudar a nova direção a tirar o clube do papel, sobretudo dos livros de história. Por enquanto, lá se vão duas duras eliminações na conta!

ETERNAMENTE SEREI GOIÁS.

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