“E agora?”

Foto: Sagres Online

Não era necessário algum poder sobrenatural ou competência exagerada para prever que a era Claudinei de Oliveira não se estenderia muito. Ele não pode carregar toda a responsabilidade pelos quatro resultados desastrosos seguidos (empatar com um Avaí apático e Atlético Mg desinteressado dentro de casa não pode ser classificado de outra maneira.), porém era notório que o time não sabia o que fazer nos poucos momentos em que ficava com a bola. Ficou bem mais fácil prever a derrocada após o “professor” afirmar que o impopular e limitado zagueiro Rafael Vaz, só “sairia do time se pedir.” Quem acabou “pedindo” pra sair foi o próprio treinador.

Agora, antes de tudo, é hora de fazer um exercício que parece demasiadamente complicado para aqueles que estão à frente do Goiás: AUTOCRÍTICA. É preciso resgatar o respeito, dignidade e confiança daqueles que trabalham e torcem pelo maior do Centro-Oeste, e isso só é conseguido através de muita reflexão e boa tomada de decisão. Conseguir fugir daquilo que é mais fácil e cômodo é um desafio e tanto, mas nesse momento em que ainda não estamos complicados na tabela do Campeonato Brasileiro, parece ser fundamental colocarmos um pouco de ousadia na nossa trajetória.

Pelo andar da carruagem, Ney Franco aparece como o mais cotado para assumir o Goiás. Alguma surpresa? Definitivamente não! O treinador que rejeitou a renovação após o acesso e em seguida deixou a Chapecoense, que tem um elenco melhor qualificado que o nosso, na zona de rebaixamento, é o mais cômodo para essa diretoria que não gosta de muitos esforços. Alguns torcedores, pouquíssimos que eu conheço e convivo aliás, acham que a “gloriosa campanha” do ano passado dá crédito ao treinador, mas se esquecem que fomos a defesa mais vazada da série B. Se esquecem da uniformidade no padrão de jogo suicida adotado pelo treinador, e que se não fosse os esforços financeiros tão bradados pelo nosso presidente nas rádios, provavelmente estaríamos vendo o RB Bragantino a nossa frente.

Corre outros nomes por fora, tão fracos quanto o de Ney Franco. Levir Culpi, Eduardo Baptista, Hélio dos Anjos, Hemerson Maria e Marcelo Oliveira. Nomes que vem amontoando, assim como Claudinei, fracassos por onde passam. Nomes que além de ideias ultrapassadas taticamente, ajudariam muito pouco na “reforma do elenco”. É fundamental que o treinador que vier, traga consigo a capacidade de influenciar jogadores a vir nos ajudar no projeto “permanência”, que parece ser muito difícil para o departamento de futebol. Precisamos de jogadores que cheguem vestindo a camisa para o jogo, titulares incontestáveis, e não jogadores oriundos de algum recôncavo do Planalto Central.

Na minha mais humilde opinião, Dorival Jr. seria o melhor nome dentro das possibilidades. Já sei que muitos dirão que está fora da nossa realidade financeira, mas novamente digo que a nossa permanência na série A está diretamente ligada ao poder da diretoria em fazer esforços, quebrar o orgulho e dar alguns passos além da perna. Descartando Dorival, Abel Braga ou Jair Ventura somariam pelo estilo reativo, de entender a limitação e montar o time considerando a realidade do elenco. Algum desses três nomes, aliados a titulares nas posições de zagueiro, primeiro volante, meio campo armador e meio atacante veloz, conseguiríamos permanecer na série A. Qualquer coisa contrária à isso, podemos apelar para as preces, pois só o sobrenatural não nos rebaixará.