Falta Tato

A derrota para o Palmeiras foi dolorida. Ganhávamos até os 35 minutos do segundo tempo. O empate também, mesmo que tendo um jogador a mais, não seria um resultado ruim diante da disparidade de elenco entre os dois clubes.

Porém, a baixa qualidade do nosso elenco fez questão mais uma vez de gritar, pra quem quisesse ouvir, que as dificuldades nesse resto de ano serão gigantescas.

Ganhávamos até os 35 minutos do segundo tempo. O empate também, mesmo que tendo um jogador a mais, não seria um resultado ruim diante da disparidade de elenco entre os dois clubes. Porém, a baixa qualidade do nosso elenco fez questão mais uma vez de gritar, pra quem quiser ouvir, que as dificuldades nesse resto de ano serão gigantescas.


Com sessenta por cento de posse de bola, o dobro de passes certos, e o quádruplo de finalizações certeiras, o Palmeiras só esteve atrás do placar devido a uma casualidade. O zagueiro Rafael Vaz, aproveitou o mau posicionamento do goleiro palmeirense e acertou um belo chute abrindo o placar.

Mais tarde, o mesmo zagueiro compensou o acerto com falha de posicionamento na composição da linha de impedimento, pelo segundo jogo consecutivo, permitindo que o alviverde paulista empatasse. Allan Ruschel, Marcelo Hermes, Renatinho e Kayke, não acrescentaram em nada ao time, como costumeiramente vem acontecendo ao setor ofensivo, exceto em alguns momentos do Michael.

O time não consegue trocar cinco passes no campo do adversário, e apoia-se em cima de lançamentos para Michael.

Porém, a derrota da noite de sábado não é mais dolorosa do que o desdém que os “gestores” do Goiás têm demonstrado com o clube. O álibi do “déficit financeiro mensal de quase dois milhões” tem sido usado constantemente pra justificar uma montagem de elenco que demonstra bastante desconhecimento de futebol.

Com jogadores em decadência e apostas em jogadores de série B, C, D, o time sofre com pouquíssima qualidade e falta de liderança. Muito provavelmente, toda essa “economia burra” feita na montagem do elenco será compensada por pagamento de bichos na briga contra o rebaixamento.

Outra questão que desacredita e afasta torcedores é o posicionamento dos comandantes. Uma série de entrevistas onde imperam uma postura arrogante e um punhado de desculpas e devaneios, como por exemplo, dizer que o Goiás brigará por libertadores, passa ao torcedor a ideia de que há muita gente perdida, torcendo para esse ano acabar.

Todos nós sabemos que a nossa glória esse ano é não cair, mas também não queremos ser humilhados. A derrota é normal, mas eliminações na copa do Brasil e perda do campeonato estadual para clubes de divisões inferiores, além de goleadas vexatórias na serie A e dificuldades encontradas na Copa Verde, mostram que o trabalho do departamento de futebol é muito frágil.

Para conquistar as oito vitórias que nos livram do rebaixamento, algumas ações podem ajudar no objetivo:

  • Menos entrevistas e desculpas. Mais trabalho!
  • Menos energia gasta com torcedores. Ninguém quer ser ofendido em redes sociais e no estádio, porém é preciso saber lidar com as emoções de torcedores apaixonados, que dedicam tanto tempo e dinheiro para estar caminhando com o time. No jogo contra o Palmeiras houve troca de ofensas entre torcedor e dirigente na boca do vestiário, coibiram o uso da faixa que protestava e ainda discussões em redes sociais. Tudo isso se espalha de maneira muito fácil nas redes sociais, diferente do esforço para realizar contratações e tirar o time dessa situação ruim.
  • Se o problema é dinheiro, para que manter uma rádio, dirigentes sem autonomia e jogadores improdutivos? É preciso desonerar o clube para que haja a chegada de jogadores que realmente vão nos ajudar no nosso objetivo. Jogadores como o goleiro Marcos, os laterais Kevin e Yago Rocha, os volante Geovane e Jean Carlos, os meias Renatinho e Marlone, e o “ídolo” de alguns Rafael Moura, dão mostras que não deveriam nem sentar no banco de reservas. Que tomem um caminho semelhante ao do Marcinho. Sem falar dos jogadores contratados para compor o elenco do aspirante.
    A melhor maneira de trazer o torcedor para essa caminhada de permanência é demonstrar que existe um pouco de tato para trabalhar com o futebol.