Opinião: Não se iludam, o 2023 do Goiás tende a ser mais complicado do que o 2022

Goiás
Foto: Divugação/GEC

Na última segunda-feira (19) o técnico Guto Ferreira foi oficialmente apresentado pelo Goiás, e em seu discurso de abertura defendeu que seu objetivo para o ano que vem é entregar ao Goiás uma temporada melhor do que a de 2022. Objetivo esse que deve ser um pouco mais complicado do que parece.

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Foto: Rosiron Rodrigues

Em 2022, apesar de ter feito uma temporada com muitas limitações financeiras e técnicas, o Goiás conseguiu um saldo final melhor do que o esperado, principalmente no Campeonato Brasileiro e na Copa do Brasil. É claro, ocorreram resultados insatisfatórios durante o ano, como a perca do título goiano e a eliminação na Copa do Brasil, ambas em casa e para o rival Atlético-GO.

Mas quando se olha para o Goiás como um time recém vindo da Série B, terminar na 13° colocação e chegar até as oitavas da Copa do Brasil não foram resultados ruins, pelo contrário, surpreenderam e garantiram ao Goiás uma permanência tranquila na Série A, mesmo com um futebol pobre praticado pela equipe do técnico Jair Ventura.

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Foto: Rosiron Rodrigues

Para 2023, o Goiás terá um orçamento maior, e isso de fato o credencia como principal candidato ao título estadual, já que o rival mais estruturado (Atlético-GO) foi rebaixado e deve ter uma queda de receita no próximo ano. Mas isso não se aplica para as outras três competições que o alviverde irá disputar, a Copa do Brasil, Sul-Americana e o Campeonato Brasileiro.

Com o acesso de Cruzeiro, Grêmio, Vasco e Bahia, a Série A de 2023 terá um nível técnico muito superior ao dos últimos anos. Além dos chamados 12 grandes, o Brasileirão irá contar com Bahia (SAF), Red Bull Bragantino (clube empresa), Athletico Paranaense e Fortaleza, todos com maior poderio financeiro do que o Goiás. Com isso, a missão de terminar acima da 13° colocação de 2022 se torna muito difícil, e pelo contrário, evitar um rebaixamento será tarefa árdua.

Esta mesma lógica também se aplica para a Copa do Brasil, afinal, são os mesmos times brasileiros, e provavelmente o Goiás já deve enfrentar algum destes “chefões” logo na terceira fase, dificultando assim os planos de Guto Ferreira, que deseja superar a campanha de oitavas de final da última temporada.

Já a Copa Sul-Americana, o Goiás não participou da competição em 2022, sendo assim, não terá um resultado anterior para superar. Mas para os torcedores que sonham com algo maior na competição, é melhor ter os pés no chão, pois equipes como São Paulo, Santos, Bragantino e Botafogo disputarão o torneio. Mesmo que seja difícil para o torcedor, é necessário reconhecer que hoje o Goiás está em um patamar financeiro inferior quando comparado com estas equipes, então qualquer “algo a mais” na competição pode acabar sendo totalmente ilusório.

Por fim, não é que o 2023 do Goiás será terrível e desastroso, afinal, nenhum de nós temos o poder de prever o futuro, porém, podemos realizar prognósticos, e é fato que o Goiás mesmo com um orçamento maior encontrará mais dificuldades na próxima temporada, dado o alto nível técnico de seus adversários nas três principais competições do ano que está por vir.

Também vale ressaltar, que as cobranças ao presidente Paulo Rogério Pinheiro e demais membros da atual diretoria não podem ser inferiores por conta deste prognóstico, pois os mesmos prometeram um Goiás competitivo para 2023, e quem assume um compromisso deste tamanho tem que cumprir, não pode apenas falar da boca para fora e não ser cobrado. Todos estão no Goiás porque querem, e não para fazer favor ao torcedor. Não aceitem discurso vitimista vindo de qualquer cartola no meio do futebol, principalmente se fazem isso para receber bajulação e massagem no próprio ego.

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