No último domingo (05), o Goiás venceu o Grêmio Anápolis por 3 a 0. A vitória pode parecer comum, mas na verdade, quebrou um tabu inacreditável para um time de Série A de Campeonato Brasileiro. O clube estava há quase um ano sem vencer um adversário por mais de um gol de diferença.
Antes de entrar em campo contra o Grêmio, o último resultado positivo por mais de um gol havia ocorrido nas semifinais do Campeonato Goiano de 2022, na vitória sobre o Iporá por 2 a 0, no dia 19 de março. Depois disso, o Esmeraldino passou o Campeonato Brasileiro INTEIRO sem conseguir vencer um adversário por uma diferença mais expressiva.
Para os que odeiam o bom futebol, isso não parece ser um problema. Essa é a filosofia pensada pelos dirigentes do clube, mesmo com a gestão de Paulo Rogério Pinheiro mentindo sobre reconstruir o DNA ofensivo do Goiás (Sim, isso estava na proposta da gestão durante o pleito de 2020, mas nunca foi cumprido).
O estilo covarde, medroso, apático e do anti-futebol foi intensamente fortalecido pela passagem de Jair Ventura no clube. Com a permanência na Série A, mesmo jogando um futebol medíocre, boa parte da torcida abraçou a ideia de que o Goiás precisa ser uma equipe extremamente defensiva e fazer apenas o mínimo. Essa é uma crença instigada no futebol brasileiro. A ideia de que “não importa a forma, o importante é ganhar”.
Mas essa é uma ideia burra e utópica. Imagine dois alunos de uma mesma escola fazendo uma prova. De um lado, temos o ‘Aluno A’, que estudou e buscou inovar seus métodos de aprendizado para fazer o exame. Do outro, temos o ‘Aluno B’, que não estudou para o exame, mas tenta se virar com uma estratégia velha e conservadora. Ambos podem tirar uma boa nota, mas no final do ano, quem vai entrar na melhor faculdade? Pois é.
Agora, vamos imaginar dois clubes: Goiás e Fortaleza (que é um clube que estava na Série B há cinco anos junto com o próprio Goiás). De um lado, o Fortaleza apostou em treinadores com um método de trabalho voltado pelo futebol ofensivo, pressão na saída de bola, investimento em jogadores. Está na Série A, mas mais do que isso, se classificou para a Libertadores da América pela segunda vez consecutiva.
Do outro lado, o Goiás, que apostou no mesmo futebol jogado pelos clubes brasileiros da Série B, C e D. Postar-se defensivamente, dar balões para os atacantes, apostar nos talentos individuais para ganhar jogos (Michael em 2019, Pedro Raul em 2022), e vice versa. Hoje, estamos na Série A, mas diferentemente do Fortaleza, não empolgamos ou ameaçamos pleitear mais nada além de uma permanência.
Essa é a diferença do inovador para o medíocre. O inovador pensa em como melhorar e se inspira em bons exemplos para tentar ser igual ou melhor. O medíocre olha os bons exemplos, mas não muda, vive de métodos ultrapassados e se abraça nas mesmas desculpas.
Quantos jogos o Goiás ganhará por mais de um gol nessa temporada? Não dá pra saber. E nem dá pra exigir isso com o time ainda buscando um encaixe, mas quando o Campeonato Brasileiro começar, saberemos se algo será diferente ou se jogaremos como um time pequeno comemorando vitórias magras ou empates.
Cabe ao torcedor mudar a mentalidade ou abraçar a mediocridade. Já escolheu o seu lado?
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