Opinião: Goiás e Serra Dourada, uma simbiose que desafia o impossível

Três anos e oito meses, esse é o período em que o Goiás Esporte Clube está sem mandar um jogo no maior palco do futebol goiano, o estádio Serra Dourada. A última partida do Verdão no gigante de concreto foi no dia 08/12/2019, quando o GEC venceu o Grêmio por 3 a 2, em partida válida pela 38ª rodada do Campeonato Brasileiro daquele ano. Desde então, apenas um duelo envolvendo o esmeraldino no estádio, o elástico 8 a 3 sobre o Goiânia pelas quartas de final do Goianão 2023. Amanhã (09), acaba este longo período sem que o clube mais vitorioso da obra arquitetada por Paulo Mendes da Rocha mande uma peleja por lá.

Mística envolvendo Goiás e Serra Dourada pode ajudar em missão (quase) impossível

Desde que foi inaugurado em 1975, o estádio Serra Dourada foi por mais de quatro décadas a principal casa dos clubes goianos. Para os mais velhos da capital, como Goiânia e Atlético-GO, o Serra foi extremamente importante e marcou belíssimos momentos, no entanto, não é possível comparar com a história construída por Goiás e Vila Nova dentro daquele palco. E apesar do lado vermelho da cidade ter tido seus momentos mais marcantes neste estádio, ainda é irrisório quando comparado com a história envolvendo Goiás Esporte Clube e Serra Dourada.

Para se ter noção, dos 18 maiores públicos do estádio, 11 envolvem o Goiás, enquanto sete contam com a participação do rival colorado. Mas não é preciso se apegar aos números (onde o GEC ganha), basta falar de feitos, de história, de momentos com repercussão nacional e internacional. O auge do Vila Nova no estádio foram conquistas da Série C e o tetra goiano. Quando se fala de Goiás, a história foi feita através de decisões de Copa do Brasil e Sul-Americana, disputa da Copa Libertadores, mais de 40 participações na Série A dentro daquele estádio, contando jogos inesquecíveis contra os maiores clubes do país e até mesmo a semifinal do torneio.

Aos que especulam que isso não é importante pelo Goiás não ter conquistado um grande título dentro do estádio, é simples de se pensar: as maiores conquistas dos outros goianos dentro do Serra Dourada foram conquistas “básicas” do GEC. Mesmo sem conquistar um Campeonato Brasileiro Série A, o Goiás foi temido por todos os clubes do país quando se tratava de enfrentar o alviverde no gigante Serra Dourada. Aos mais otimistas, um empate era bom resultado. Para outros, não ser goleado já estava de bom tamanho.

O Goiás volta nesta quarta-feira (09) ao seu antigo lar, local de muitas glórias e partidas eternizadas na memória do torcedor esmeraldino. A casa do GEC é de fato o estádio Hailé Pinheiro (Serrinha), afinal, o querido Serra Dourada pertence ao estado, que na última década, os diferentes governadores que foram responsáveis pelo Serra Dourada, apenas observaram o gigante se deteriorar. Apesar destes fatos, ainda é o Serra Dourada, ainda é a antiga casa do Goiás, e é lá que a história poderá ser feita diante do Estudiantes.

O título deste texto se refere exatamente ao duelo de amanhã (09), no qual o Goiás precisará reverter uma desvantagem de 3 a 0 para se classificar. A tarefa parece impossível, porém, a combinação Goiás + Serra Dourada já contrariou as probabilidades inúmeras vezes. Não é necessário lembrar viradas históricas como o 3 a 2 no Sport e o 4 a 3 no Vitória, basta citar os anos de 2007 e 2019, temporadas em que o GEC conseguiu permanecer na primeira divisão, mesmo tendo elencos inferiores aos demais concorrentes.

Existe sim uma simbiose envolvendo Goiás e Serra Dourada, uma ligação que já desafiou o impossível algumas vezes. Amanhã (09), com o velho Serra lotado de verde e branco, o impossível será desafiado novamente, e mesmo que a classificação não venha, definitivamente a vaga nas quartas não sairá barata para os argentinos.

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