Goiás e seus pupilos da base

Chegamos na segunda metade do campeonato Goiano, vem aí as fases finais, Goiás classificado mesmo sem ainda encher os olhos do torcedor. Chegou a hora de começarmos a avaliar alguns aspectos nesse início de temporada. Hoje vou falar sobre a base e Enderson Moreira. Muito se cobrou na primeira passagem de Enderson uma maior utilização da base, o que não foi atendido pelo comandante alviverde. Nessa segunda passagem ele parece estar atendendo o pedido da diretoria e vem relacionando muitos garotos aos jogos, alguns vem bem, outros nem tanto. Esse ano já entraram em campo 10 atletas oriundos da base, são eles: Jhonathan, Felipe Macedo, Deivid, Léo Sena, Carlos, Richard, Edson Junior, Thales, Liniker e Murilo. Rezende também faz parte do elenco mas ainda não estreou.

Primeiramente vou falar sobre os que estão bem, é o caso de Carlos, Felipe Macedo, Jhonathan, Thales e Deivid. Carlos cresceu muito com Enderson Moreira, assumiu a responsabilidade de ser a "válvula de escape" do time assim como era Bruno Henrique ano passado e mesmo que todos adversários saibam o ponto forte do Goiás, dificilmente conseguem o marcar. Macedo voltou a ser titular após diversas falhas em 2015, mas junto com Jhonathan consertou o "buraco" no lado direito da defesa esmeraldina. Mais confiante, está fazendo o simples. Jhonathan se destaca por sua vontade e raça, tecnicamente parece não ser um jogador diferenciado, mas toda sua vontade faz com que seja importante para a equipe. Thales tem entrado bem nos jogos, merece uma sequência. Deivid provou merecer estar no elenco, mesmo que não seja titular. Richard, Edson Junior e Léo Sena tiveram pouquíssimas oportunidades, dos três Léo Sena foi quem mais jogou e provou merecer mais chances.

Em contrapartida, alguns jogadores provaram não serem capazes de vestir a camisa esmeraldina. É o caso de Liniker, que vem tendo oportunidades há bastante tempo e não vem acrescentando em nada durante os jogos. Não arma, não corre, não chuta, não faz gols, não desarma, não cabeceia. É simplesmente nulo em campo. Arthur vem seguindo o mesmo caminho, muita falta de vontade, muita falta de técnica, não produz nada em nenhum momento do jogo. Em certo momento do jogo contra o CRAC, Arthur se posicionou na linha de zaga e pediu para Juninho subir até a linha de fundo pois "não estava tendo fôlego". Um jogador de 21 anos, tendo uma oportunidade de ouro de entrar como titular "abrindo o bico" no meio do jogo, inaceitável. Murilo entrou bem em alguns jogos, mas não consegue regularidade, parece ter um extracampo complicado, se recusou a viajar com a equipe num jogo decisivo do ano passado, Goiás x Chapecoense. Esses 3 jogadores devem ser emprestados até o fim de seus contratos, é fato confirmado, não servem para o Goiás. 

O Goiás sempre teve a fama de revelar bons jogadores, já fizemos boas vendas com jogadores oriundos da base, porém, é preciso aceitar que nem todas as apostas dão certo, casos mais recentes são Paulo e Clayton Sales, jogadores que tiveram oportunidades e não conseguiram apresentar um futebol digno de Goiás Esporte Clube. É preciso aceitar que principalmente Liniker não consegue carregar a responsabilidade da camisa 10 do Goiás. Outro fato é que o Goiás precisa começar a pensar em revelar laterais, meias e centroavantes. Temos revelado muitos zagueiros, volantes e atacantes pelas pontas, porém, até pela necessidade do futebol brasileiro, devemos lapidar talentos nessas posições. A insistência de Enderson em alguns jogadores parece ser para mostrar a diretoria que alguns garotos da base realmente não dão conta. Mas a ele, os parabéns por ter encaixado o Carlos no time e a nós, cabe respeitar sua filosofia de trabalho, pois ele deve saber muito bem quem consegue e quem não consegue vestir a camisa esmeraldina.

Foto: Site Goiás E.C.