Manipulação de resultados: CBF não foi proativa e escândalo pode ser o maior do futebol, diz relator da CPI

Manipulação de resultados
Operação do MP investiga fraude em resultados de jogos do Campeonato Brasileiro — Foto: MP/Divulgação

Segundo relator da CPI, o deputado Felipe Carreras (PSB-PE), em entrevista à Folha de São Paulo, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), não foi proativa para coibir a manipulação de resultados de jogos de futebol e o escândalo pode ser o maior da história do esporte no país.

Manipulação de resultados pode ser o maio escândalo do país

Manipulação de resultados
Felipe Carreras, relator da CPI que investiga a manipulação de resultados no futebol brasileiro – Foto: Câmara dos Deputados

A comissão foi instalada na última quarta-feira (17) e, inicialmente, vai investigar a possível manipulação de resultados de partidas de futebol. Líder do maior bloco parlamentar da Câmara, Felipe Carreras foi indicado pelo presidente da comissão, deputado Julio Arcoverde (PP-PI), para relatar a CPI.

Se você tem uma ferramenta tecnológica que consegue observar indícios de manipulação de resultado, se essa empresa que tem expertise internacional fornece essa informação e você não tem uma atitude proativa de tentar dar um remédio, a gente precisa entender por que não foi feito – afirmou Felipe.

Porque os movimentos que eu acompanhei na imprensa da entidade máxima de futebol brasileiro foram depois do Ministério Público de Goiás. Mas essa informação a gente precisa entender desde quando eles tinham – complementou.

Em fevereiro de 2022 a CBF ampliou o contrato com a Sportradar, empresa internacional de tecnologia esportiva, para monitorar as apostas feitas em partidas nacionais. À Folha fez contato com a companhia e com a confederação para entender por que não foram reportadas apostas de altos valores em cartões amarelos, vermelhos e pênaltis. Questionou também se a confederação foi informada a respeito da detecção de qualquer problema.

A Sportradar respondeu que: Por conta do contrato de confidencialidade com as entidades e empresas parceiras, dados específicos de jogos, ligas e atletas não são divulgados, até porque, se uma investigação é aberta, as informações ficam sob segredo de Justiça.

A CBF disse que não comenta “sobre a metodologia utilizada pela Sportradar”. A operação Penalidade Máxima, do MP-GO, investiga o grupo envolvido na manipulação de resultados em jogos do Campeonato Brasileiro nas séries A e B de 2022, e já teve duas fases. Nas mensagens trocadas entre operadores do esquema obtidas pelo Ministério Público, foram identificadas citações a mais de 50 jogadores. Atualmente, 15 já foram formalmente denunciados e viraram réus.

As investigações agora tentam identificar se há mais integrantes na suposta quadrilha e também se houve crime de lavagem de dinheiro com o que valor obtido na manipulação de resultados. Para o relator, a CBF é um dos atores que devem ser ouvidos durante os trabalhos da comissão, que terá 34 titulares e o mesmo número de suplentes.

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