Opinião: As marcas negativas do Goiás em 2023

Goiás
Foto: Reprodução/Comunicação/GEC

Se você acessar o site oficial do Goiás Esporte Clube (https://www.goiasec.com.br/), vai fuçar e não vai encontrar nenhuma notícia ou informação que te traga algum consolo ou esperança. Aliás, pensem em um site que virou terra de ninguém, já que não é atualizado, exceto no link relativo à página da TVGOIASOFICIAL no YouTube, para acesso a entrevista concedida por Edmo Mendonça Pinheiro, elegante Presidente do Conselho Deliberativo, que tratou da reforma do Estatuto do clube, onde ele cita mudanças e fala do futuro.

Enquanto isso na Série A, eis que o Goiás termina mais uma temporada em baixa e lutando contra o rebaixamento para a Série B, ostentando não só uma péssima campanha, com baixo aproveitamento, mas também várias marcas negativas, como uma das piores médias de público do Brasileirão e um dos piores mandantes da elite nacional, além não ter sequer um único jogador dentre os artilheiros na temporada, pois seu melhor finalizador é o meia Guilherme Marques, com 6 gols.

Nos últimos cinco anos, embora o clube não tenha tido momentos de glórias, teve: Pedro Raul – 2022 (19 gols), Alef Manga 2021 – (10 gols), Fernandão – 2020 (10 gols), Michael e Rafael Moura – 2019 (9 gols cada), e Lucão – 2018 (16 gols). O que se via era um ataque mais efetivo, apesar dos principais jogadores da posição terem chegado ao clube esse ano no meio da temporada.

Outra marca negativa vem de uma grande contradição, pois o time joga com casa cheia, mas tem umas das piores médias de público, sendo apenas o 18º no ranking, só a frente de Bragantino e América/MG. E sobre isso, é bom que se diga que as chances de mudanças são pequenas, tendo em vista os limites do Estádio da Serrinha e a possibilidade de que o clube invista cada vez mais naquele espaço.

A mentalidade do grupo que comanda o clube é de difícil compreensão, apesar de agirem como muitos gestores públicos e privados que sempre invocam o eventual fracasso de seus antecessores para justificar a falta de sucesso da gestão atual que, ressalte-se, sequer consegue vencer o fraquíssimo Campeonato Goiano.

Não bastassem esses fatos, o Goiás chega na 35ª rodada da Série A ocupando a 18ª colocação, com apenas 35 pontos, tendo somente mais 12 para disputar (Cruzeiro (c), Grêmio (f), Fortaleza (f) e América/MG (c), e sem um treinador para o time profissional, que será comandado pelo funcionário do clube, Mário Henrique, que estava à frente do time Sub-20.

Nada contra o profissional, que é jovem e deve ser qualificado, mas a Série A é uma guerra e os times têm que ser comandados por gente com mais experiência e rodagem. Obviamente, ele e o elenco podem obter quatro vitórias nas últimas partidas que restam, o que ajudaria o Goiás na luta contra o rebaixamento, mas não acredito mais nessa possibilidade.

Outro problema sério é que o profissional assume pra si uma pressão desnecessária e corre o risco de se desvalorizar antes mesmo de iniciar um trabalho de verdade. Não conheço nenhum desses experimentos do Goiás que deu certo. Julinho Camargo, nem é treinador mais. Glauber Ramos, já esteve na comissão do Vila Nova, e agora assume o Goiânia. Temos outros nomes que já estiveram a frente do time na primeira divisão e não tiveram sucesso em suas trajetórias.

Mas quanto a Mário, de quem não tenho nenhuma reclamação a fazer, penso que ele sequer será aproveitado para realizar transição, já que o clube passa por uma espécie de reforma política, inoportuna, intempestiva e meio obscura, pois muda-se o modelo de gestão em meio a uma crise sem precedentes no time profissional.

Espero que ele tenha sucesso nessa empreitada ou ao menos sinta prazer nesse trabalho penoso que fará à frente do Goiás. Quanto ao grupo de jogadores, já gastei muita energia incentivando e torcendo. Não acredito em mais nada. Aceitei o golpe e vou tentar terminar meu ano em paz, sem a pressão ou esperança de ver o Goiás brigar por alguma coisa. E olhe que o cenário pode piorar muito daqui pra frente, caso se confirmem as pretensões de nossos adversários locais, que estão na porta do paraíso, enquanto o Verdão vai voltar para o purgatório.

ETERNAMENTE SEREI GOIÁS.

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