Opinião: Goiás decide só lutar contra o rebaixamento

Dentre tantos questionamentos que se passaram pela cabeça do torcedor esmeraldino após o empate, mesmo jogando em casa, do time misto do Goiás contra o modesto Gimnasia, um deles é a certeza de que o clube abdicou da competição continental e, após fazer as contas, decidiu por se organizar em busca da manutenção na Série A, até que se encontre uma mágica, um milagre ou um patrocínio que lhe possibilite investir mais e a longo prazo na formação de um elenco mais competitivo.

As contas são muito simples. Embora líder, o Goiás enfrenta o Santa Fe fora de casa e poderá ser ultrapassado em caso de derrota, cujo resultado não será um absurdo, dado as atuais circunstâncias, onde o adversário está subindo de produção na competição. No outro jogo, o Universitario recebe o Gimnasia em casa, sendo que os argentinos precisam de um milagre para se classificar. Ou seja, a desclassificação do Goiás é natural, passando Santa Fe e Universitario, e o clube ainda tem pontos positivos a destacar na campanha.

Tudo isso ficou muito claro após, ressalte-se, dois resultados negativos seguidos na Arena Hailé Pinheiro. A diretoria já previa as dificuldades e optou por escalar vários reservas, os quais não foram bem. Entretanto, teremos um time saudável e competitivo contra o Fluminense, novamente em casa, no próximo Domingo. Um rival em crise, mas que, ainda assim, tem o dobro de pontos do Goiás, e vem com a obrigação de reagir, enquanto nós temos muitos mais a perder, podendo terminar a rodada na vice lanterna.

Se você pensar diferente, e eu respeito isso, imaginemos as dificuldades que virão. Viagens longas e cansativas. A pressão e o desgastes dos mata-matas. E o “bicho pegando” no Brasileirão. Vem aí uma janela de transferência que, pra quem não tem dinheiro, só aparece jogadores que não estão atuando e, se estiverem, para o Goiás virão das Série B, C e D.

É incrível como o mundo vira de pernas pro ar poucos em dias. Assim como a torcida, a diretoria do Goiás não tem uma semana de paz. Podem até dizer algo diferente, com aquele sorriso amarelo de que diz que ganhou a Copa Verde, mas a gente sabe que eles não sabem mais o que fazer e como conduzir e manter o Goiás. Pipocaram e agora tentam manter as aparências, inclusive trazendo um treinador português genérico, a la “Julinho Batista”.

Vem aí, para um estágio no futebol brasileiro, Armando Evangelista, jovem treinador em busca de sucesso. Já friso aqui que não conheço, mas não tenho nada contra, assim como não tinha contra Emerson Ávila. Sei dos riscos que eles assumem ao aceitar um desafio dessa magnitude. Treinar um time formado por outras pessoas, sem grandes nomes e sem dinheiro ou coragem para fazer contratações de peso.

Deixei de abrir espaços para discussões técnicas nesta coluna, pois não me considero mais qualificado que ninguém no Goiás. Não sou eu quem escala e nem vivo o dia a dia no clube. Há uma estagnação muito clara no status futebolístico do Goiás, um clube que vive mais na Série B do que na elite e que já não vence campeonatos como antigamente. Olhando para nossos adversários, seja no estadual, na Copa Verde e na Copa do Brasil, não enxergo clubes com grande potencial. Apenas equipes que vencem campeonatos aproveitando o momento de crise dos pobres adversários.

O que esperar do próximo treinador ou do time no próximo jogo? Particularmente, não sei. Em condições normais, o Fluminense é favorito, por ser superior em tudo. Só espero que não levemos goleada. E que DEUS nos ajude, porque temos um time fraco e grandes desafios pela frente.

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