Opinião: O que não esperar do Goiás em 2024

Goiás
Foto: Divulgação/GEC

Terminada a temporada do Goiás, a imensa Nação Esmeraldina não tem nada para comemorar em 2023, assim como não teve em 2022, em 2021, 2020, e lá se vão anos que o orgulho vem só do passado e do fato de ter uma torcida apaixonada, que acompanha o clube por onde ele for.

A quem veja no fato de se jogar no Estádio Hailé Pinheiro, Serrinha, algo bem expressivo, dado aos investimentos feitos nos últimos anos. Ledo engano. O estádio e seus arredores representam tudo que um torcedor minimamente exigente não vai encontrar. Acanhado, de difícil acesso, sem estacionamento e sem o mínimo de conforto, incluindo os equipamentos de apoio disponíveis (bares, lanchonetes e banheiros).

Outro grave problema do lugar (a casa do Goiás) é seu histórico. Talvez daqui a 100 anos possamos comemorar as estatísticas jogando por lá, mas isso deve demorar a mudar, porque os últimos mostraram que qualquer um joga a vontade contra o Verdão na Serrinha. Nosso belo gramado deixa todos a vontade, principalmente os adversários. Assim como a campanha geral, o número de vitórias em casa também nos deixa na zona de rebaixamento.

Então, isso (estádio próprio) seria algo a se pensar em clube sério? Sim, mas não no Goiás. Vão torrar o que puder naquele local, nem que pra isso tenhamos que dar uma passada pela Série C ou outras divisões inferiores. Isso não é praga de torcedor. É só mera constatação e não me preocupo em agradar quem sonhe com uma temporada de 2024 diferente das anteriores.

Isso é conversa para boi dormir. Não pensem que estamos em transição para virar SAF ou qualquer coisa diferente do que está aí. Não estamos e não mudaremos tão cedo. As pessoas que comandam não querem isso e quem está lá e poderia exercer alguma influência não quer perder os amigos, nem tampouco assumir responsabilidades. Ninguém quer perder seu clube social, coisa rara em Goiânia nas últimas décadas, pois a maioria fechou e os novos espaços têm um público novo, mais exigente e menos fraternal. Penso que essa ideia de transição para SAF é só mais uma tentativa de desacreditar o modelo.

Aliás, por falar em amadorismo, já se sabe que boa parte da nova diretoria (Conselho de Administração) será composta por pessoas sem ligação com o futebol ou esporte profissional e que deverão atuar concomitantemente com seus negócios. Se vão ter autonomia para escolher em CEO e diretores com capacidade, só o tempo vai dizer.

O Goiás tem se revelado um local de atraso na vida de algumas pessoas, profissionais ou não. Depois de 2023, eu acredito que poucos querem vir pra cá, à exceção dos que tenham algum negócio aqui, e não vou citar nomes, mas é gente que vem fracassando sucessivamente nos últimos anos e, se chegar, vem a peso de ouro. Do mesmo modo, não podemos mais ser laboratório, nem vitrine alheia. Ou se monta um elenco pensando em médio e longo prazo, ou estaremos somente engordando o ‘porco alheio’. Não temos sequer uma parceria esportiva ou comercial relevante ou saudável. Só “dinheiro em caixa”!

Embora tenha visto o Presidente Paulo Rogério ter assumido alguma responsabilidade, esperava mais dele quanto à solidariedade em relação aos profissionais que contratou lá ou colocou na diretoria por conta de sua força e influência política no clube. Tudo estava errado até ele assumir a presidência. Só não sabemos onde ele estava antes disso.

Enfim, depois de uma despedida melancólica, ficamos a mercê da sorte. Não há muito o que esperar do Goiás em 2024. Obviamente, temos elenco para começar a temporada e vários funcionários dispostos a exercer alguma função no time principal. Não há dúvidas de que estaremos em campo em 2024. O que nos resta é saber quem comporá nossa tripulação na próxima temporada e se teremos uma capitão à altura da tropa.

Eu não ligo para críticas. Ninguém que está saindo ou chegando no Goiás tem credibilidade para pedir apoio ou paciência, sobretudo se considerarmos as dificuldades que qualquer grupo independente ou de oposição tem para ter voz no clube. Se você não fez nada pelo futebol ou pelo Goiás, não pense que já chega nos braços da torcida, pois a torcida está cansada e vai saber cobrar.

ETERNAMENTE SEREI GOIÁS.

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