Opinião: Um novo velho Goiás

Bastou a contratação do promissor treinador português Armando Evangelista Macedo Freitas, mais conhecido como Armando Evangelista, para parte da torcida começar a sonhar ou imaginar os mais variados e possíveis cenários favoráveis para o Goiás a partir desta semana. Sem querer jogar água no chopp da nação esmeraldina, eu diria que não é por aí.

Nosso elenco apresenta limitação de todas as ordens, seja técnica, tática ou física, mas é justamente nesse último quesito, a preparação física, que temos deixado a desejar nesta temporada, talvez porque o Goiás teve que buscar o resultado em várias oportunidades, o que exige um esforço acima da média, além de causar estresse e desorganização em campo.

Eu seria leviano se questionasse a qualidade e as boas intenções do Evangelista. Acredito que, embora o Goiás seja um clube de considerável grandeza, a relação começa desequilibrada, pois o técnico chega em alta, enquanto que o clube oscila nas competições que disputa e não consegue vencer, nem convencer.

Agora, temos que dar tempo para que o novo trabalho se consolide a médio e longo prazo, além de confiar que a diretoria fará o que nunca fez, que é investimento em contratações de peso ou pontuais, com jogadores que já chegam para atuar ou para serem titulares. Não é o perfil dessa diretoria e espero que mude, pois normalmente chega um caminhão de desconhecidos e de apostas. E ressalto, novamente, Armando Evangelista não é uma aposta! Mas o Goiás, continua sendo o mesmo. Mudou o treinador e somente isso.

Nosso próximo desafio é pelo Campeonato Brasileiro, contra o Vasco da Gama, no Rio de Janeiro. Um jogo de duas equipes quem vem mal na temporada, o que pode ser atestado pelas campanhas e respectiva posição na tabela. Nós temos 26% de aproveitamento e os cariocas estão com 20%. Somados os percentuais de aproveitamento, não dá sequer para chegar na primeira parte da tabela. Ou seja, jogo sem favorito, com previsão de ser bastante disputado e sofrido.

A sequência de jogos do Goiás não será menos complexa e penosa. Bragantino, fora de casa (25/06), Santa Fé, também nos domínios adversários (28/06), pra depois receber o Coritiba, em Goiânia (03/07). Já disse aqui que o Goiás corre sérios riscos na Sul-Americana e continuo com esse pensamento. Como dito, não temos um grande elenco e ainda temos as limitações físicas. O que sobrará do jogo contra o Bragantino? Vamos poupar em algum desses jogos ou iremos com a mesma equipe, em busca de regularidade?

São muitas equações a serem resolvidas por todos, principalmente pela comissão técnica. Mas será que essa comissão terá liberdade para decidir? Eis aí a questão. O novo treinador mal chegou e já está com a “bomba” no colo. Pensar diferente disso é normal, desde que a diretoria do Goiás já tenha feito suas opções e tomado algumas decisões internas, ainda não expostas ao público e sua torcida. Futebol é coisa muita séria e cara, exigindo dos gestores visão, planejamento e grande profissionalismo.

Por isso, caso o Goiás decida priorizar a Série A, terá meu incondicional apoio, pois reconhecerá que errou no planejamento e que precisa corrigir esses erros e salvar o que é mais importante para o clube, que é a permanência na elite, cuja importância vai além da parte emocional, mas envolve dinheiro e, principalmente, a capacidade do Goiás participar das discussões do nosso futebol na parte de cima da prateleira e com chances de abocanhar um pedaço razoável do “bolo”. Que o novo velho Goiás recupere o respeito e volte a dar orgulho ao seu torcedor.

ETERNAMENTE SEREI GOIÁS.

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