Opinião: Porque o Goiás NÃO deve efetivar Ávila em 2023

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Foto: Rosiron Rodrigues

O Goiás conseguiu uma vitória gigante no último domingo (23), praticando contra o Corinthians um futebol digno da tradição que o clube tem na Série A. O time paulista foi amassado, não viu a cor da bola, e o placar de 3 a 1 foi mais do que justo. Antecedendo este jogo, o clube esmeraldino também havia feito uma boa partida na última quinta-feira (20), contra o Universitario-PER. O que ambos os jogos têm em comum? O interino Emerson Ávila foi quem comandou o GEC.

Pelo bem do Goiás (e do Ávila), ainda não é hora para efetivação

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Foto: Fernando Lima/GEC

Alguns podem dizer que estou sendo incoerente ao afirmar isso, porém, a NÃO efetivação do treinador Emerson Ávila pode fazer bem tanto para o clube quanto para o técnico.

Emerson tem contrato com o Goiás, é um funcionário do clube, membro da comissão técnica permanente do verdão. Absolutamente nada o impede de treinar e comandar a equipe nas partidas, um cenário que traz calma e estabilidade para um clube extremamente instável.

Efetivar Emerson Ávila agora só colocaria mais peso nas costas do profissional, além de que, apenas uma vitória contra o Corinthians não garante NADA, vide outros técnicos que começaram bem como interinos mas acabaram sendo demitidos após a efetivação (ex: Zé Ricardo no Flamengo, Rodrigo Santana no Atlético-MG, Barroca no Botafogo, etc).

Até mesmo outros interinos que acabaram “dando certo”, precisaram “nadar” MUITO até serem efetivados. Um exemplo é o ex-comandando do Athletico-PR, Tiago Nunes. Para ser efetivado em 2019, Tiago simplesmente precisou GANHAR a Copa Sul-Americana no ano anterior, “só isso”.

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Foto: Divulgação/Athletico-PR

O exemplo ideal para a diretoria esmeraldina é o do Fluminense, que mantém um excelente profissional em sua comissão técnica fixa, o auxiliar Marcão. Os resultados foram positivos em todas as oportunidades que o técnico precisou assumir a equipe carioca de forma interina, conseguindo estabilizar o FLU enquanto outro treinador não era contratado.

O ponto chave desse exemplo é que o Fluminense não se precipita, mantém Marcão como uma válvula de escape, mas entende que o profissional ainda não está pronto para assumir o clube de forma permanente. O mesmo cuidado deve ser tomado com Ávila, pois se trata de um técnico promissor, entretanto, estamos falando de Série A e Copa Sul-Americana, onde a experiência conta muito. E só para deixar claro, Emerson tem MUITA experiência no futebol, porém, ainda lhe falta a carga como treinador principal.

Paulo Rogério, Harlei e Edminho NÃO PODEM em nenhum momento deixar de olhar o mercado internacional, a escolha de um novo técnico precisa sim ser feita com muito cuidado e critério, porém, não é porque o Ávila está indo bem que essas buscas devem ser cessadas.

Deixar o Emerson comandando a equipe de forma interina enquanto uma pesquisa no mercado internacional é feita soa bem melhor do que buscar nomes como Jorginho, Zé Ricardo e Marquinhos Santos, isso é fato. Se nesse meio tempo o Goiás continuar conseguindo ótimos resultados, e nenhum nome de qualidade aparecer, aí sim, a efetivação pode ser considerada. Todavia, reafirmo, é OBRIGAÇÃO da diretoria não relaxar com Ávila no comando, o ideal é a contratação baseada em uma pesquisa criteriosa de técnicos estrangeiros, como fez o Fortaleza com Vojvoda.

Se um bom nome dentro da realidade do clube aparecer, o mesmo necessita de desembarcar na Serrinha, e neste cenário, Ávila voltaria para a comissão fixa do GEC. Diferente do velho conhecido Glauber Ramos, Emerson Ávila pode sim ser lapidado para assumir o Goiás futuramente, porém, fazer isso AGORA pode ser precipitação.

Efetivar Ávila no momento apenas colocaria toda pressão do mundo em suas costas, e na primeira sequência de resultados negativos, a torcida pediria sua cabeça. Por fim, o gabarito é bem simples: Deixem o Ávila como interino e continuem em busca de um bom nome vindo de fora.

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