Kauan no Goiás: Edminho Pinheiro abre o jogo e releva omissões de Reinaldo Pitta

A polêmica envolvendo a renovação de contrato do meia Kauan, de apenas 17 anos, com o Goiás Esporte Clube, segue se arrastando nos bastidores da Serrinha. Em resumo, existe nesse momento um desacerto entre a diretoria esmeraldina e os empresários do atleta, em especial com Reinaldo Pitta, que também já agenciou a carreira de jogadores como Ronaldo Fenômeno.

Nos último dias, o vice-presidente do clube goiano, Harlei Menezes, fez um pronunciamento onde explicou ‘por cima’ a situação. Após isso, Reinaldo emitiu uma nota de esclarecimento, onde colocou sua posição. Agora, Edminho Pinheiro, presidente do Conselho Deliberativo do clube, concedeu uma entrevista às Feras do Esporte, da Rádio BandNews FM, onde revelou situações que o empresário não divulgou em sua nota.

Edminho esclarece todos os detalhes sobre a renovação do Goiás com o meia Kauan

Uma semana depois da Copinha e uma semana antes de começar o Campeonato Goiano, o Eduardo Pinheiro, gestor da categoria de base, pegou todos os jogadores que tinham contrato vencendo em breve. Com isso, dia 31 de janeiro, chamou os atletas para apresentar uma proposta. Praticamente todos os atletas aceitaram o contrato. Eu não alterei nenhuma vírgula, nenhum valor do contrato proposto pelo Eduardo Pinheiro aos garotos.

Quando tomei conhecimento (sobre o contrato do Kauan), achei que foi uma proposta fora dos padrões usuais do clube para um garoto que ainda está em formação. No entanto, respeitei aquilo que foi proposto ao atleta no dia 31 de janeiro de 2023. Dentro da proposta do Goiás, se o Kauan jogasse 450 minutos no Campeonato Goiano, aquela proposta praticamente dobraria. Achei uma meta muito pouco ousada, fácil de ser alcançada.

No entanto, respeitei. Posteriormente, marquei um encontro com o Sr. Francisco Neto e com a Sra. Gabriela, pais do Kauan, juntamente com o Harlei Menezes e também com o Pedro Ivo. Uma reunião que durou duas horas. Discutimos muito sobre o ‘projeto Kauan’. Ficamos todos emocionados. O Sr. Neto chorou copiosamente, porque está há cinco anos no Pará, onde trabalha como mecânico, e sua esposa acompanha o Kauan. Em resumo, o Kauan é garoto maravilhoso, muito introvertido.

Conversei com a mãe dele sobre alimentação, sobre dentista. Nisso, ficou tudo praticamente acordado. Quase uma semana depois, recebi uma ligação do Reinaldo Pitta (o outro empresário do Kauan). Conversamos muito e combinamos de ele vir a Goiânia. Ele me ligou na semana retrasada perguntando se eu estaria na cidade em tal dia, e marcamos. Contudo, ele me contatou novamente perguntando se poderíamos antecipar de quinta-feira para quarta-feira. Eu aceitei sem problema nenhum. Ele chegou à minha empresa, e conversamos por duas horas. Uma hora foi falando sobre o Rodrigo (filho do Reginaldo, que faleceu em dezembro) e nos emocionamos muito.

Depois disso, falamos sobre o Kauan. Nessa conversa, ele me perguntou se existia a possibilidade de eu pagar uma simbólica comissão da passagem de vinda. Falei que não. O Reinaldo falou sobre talvez algum clube querer fazer uma parceria com o Goiás. Entretanto, respondi que o Goiás sabe andar com as suas próprias pernas e vencer seus jogadores muito bem. E muitos deles demonstram gratidão ao nosso clube. Exemplo disso é o Michael, que chegou a tatuar o rosto do Hailé Pinheiro. Gratidão é tudo. Por fim, ficou praticamente acordado que, no dia seguinte, o Kauan iria assinar.

Com isso, como combinado, o Goiás pagaria retroativamente o novo valor dos salários, que era praticamente dobrado. Depois da reunião com o Reinaldo e com o Pedro Ivo, fomos almoçar. Tudo terminou bem. Em seguida, o Reinaldo me ligou e disse que, após conversar com o Kauan, queria se reunir comigo novamente. Entretanto, nos dois dias que ele propôs, eu não poderia atendê-lo porque estaria nas reuniões das minhas empresas. Para a minha surpresa, o Harlei me comunicou que o Sr. Reinaldo Pitta teria uma proposta melhor, uma parceria.

Falei que o Goiás não tem o menor interesse em parceria. Não precisamos disso. A saber, o Goiás perdeu o certificado de ‘clube formador’ por conta de vagas de estacionamento no CT. Uma coisa precisa ficar clara: o Kauan tem contrato com o Goiás até abril de 2024. Nós estamos cuidando das nossas joias, do nosso patrimônio, que é a base. O Pedro Ivo nos disse que iria pagar a multa do Kauan, que é de R$ 2,6 milhões para futebol nacional ou de R$ 7,8 milhões para o futebol do exterior – explicou Edminho Pinheiro às Feras do Esporte, da Rádio BandNews FM.

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