Opinião: O Goiás e suas contradições

Goiás
Foto: Rosiron Rodrigues

Após mais um resultado negativo no Brasileirão, o Goiás terminou a rodada com motivos para comemorar, pois saiu da zona de rebaixamento e terminou a rodada na 16ª posição, com 31 pontos, um ponto a mais que Vasco, 17º (30) e Santos, 18º (30), mas viu os adversários diretos se distanciarem, principalmente o Cuiabá (37), Cruzeiro e Bahia (34) e Corinthians (33).

À exceção do Corinthians (7), os demais concorrentes contra o rebaixamento tem mais vitórias que o Verdão, que só venceu sete vezes na Série A. Ou seja, enquanto comemoramos os empates e, de vez em quando, perdemos nossos confrontos diretos, continuamos ameaçados e vivendo somente da esperança de que podíamos ter melhor sorte na competição, muito embora eu entendo que o time chegou no seu limite e corre sérios riscos de cair para a Série B.

Comemoramos aquela vitória contra o São Paulo, tanto pelos pontos, quanto por se tratar de um time que foi campeão da Copa do Brasil. Mas o adversário não deu tanto trabalho assim. Aí, na sequência, visitamos o fraco time do Cuiabá e arrancamos um empate precioso, mas não mostramos que temos elenco para brigar pela permanência. Pelo contrário, nosso esquema tático é ruim, pois temos uma das piores defesas e o segundo pior ataque da Série A.

Ou seja, a contradição está no fato de que muitos comemoram as migalhas que estamos colhendo neste Brasileirão, utilizando do fraco argumento de que temos orçamento baixo e gastamos pouco para montar esse elenco, e que estamos competindo, de igual para igual com a maioria dos times, faltando somente mais sorte na nossa caminhada rumo a Série B ou a mais uma Série A de sofrimento e decepção.

Não vou crucificar a comissão técnica, mas espero mais atitude da parte dela, sobretudo para evitar as oscilações durantes os jogos e, principalmente, para evitar os sufocos que levamos jogo após jogo. Já tem muita gente aí (jogador) que pode ir embora e outros que nem deveriam ter vindo para o Goiás. Mas a comissão técnica insiste em utilizar certas peças ao longo dos jogos, talvez por falta de opção, mas que nada acrescentam ao time. Não vou citar nomes, pois a lista é longa, incluindo os remanescentes do elenco que se sagrou vice-campeão goiano.

Nosso próximo desafio é complicadíssimo. Em condições normais não temos time para ganhar do Fluminense. Só que o jogo já tem suas anormalidades, pois o adversário tem desfalques e não vence há quatro jogos, além de jogar fora de seus domínios, pois enfrenta o Goiás no Raulino de Oliveira, em Volta Redonda/RJ. Mas é um time que merece respeito, seja pelo elenco, seja pela campanha que faz na temporada.

Por isso, preciso parar de sonhar e ficar torcendo contra outras equipes. Quero um Goiás melhor e que possa me dar mais esperança e orgulho. Não sou pessimista. Acredito que esse grupo pode escapar do rebaixamento. Mas espero mais guarra, atitude e inteligência emocional, assim como espero que nossa comissão técnica seja menos previsível nas escalações e substituições ao longo dos jogos. Não podemos deixar os resultados escaparem, como aconteceu em várias oportunidades, principalmente, contra Bahia e Cuiabá.

A hora de mostrar serviço é sempre no próximo jogo e nós temos mais a perder do que o Fluminense, a longo prazo, pois nosso adversário sabe que não pode ir para uma guerra agora, pois tem final de Libertadores, na semana que vem. Então, que tenhamos mais atitude e ousadia e busquemos de fato a vitória. Esse esquema de jogo até nos deu algum alento, mas também nos deixou a beira do rebaixamento. Então, façamos uma autocrítica e lutemos como nunca, pois se for pra viver de contradição, que seja na Série A.

ETERNAMENTE SEREI GOIÁS.

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