Atualmente na 17ª colocação, o Goiás amarga uma péssima campanha no Campeonato Brasileiro 2023. Até o momento, o clube esmeraldino conquistou 11 pontos em 14 jogos disputados. Em 2010 e 2015, anos em que o GEC foi rebaixado, com as mesmas 14 partidas, o time goiano tinha 13 pontos, ou seja, o cenário da atual temporada é terrível e um rebaixamento parece ser iminente.
Sem se tornar SAF, Goiás não conseguirá mais permanecer na Série A
Apesar de ser uma afirmação forte, o título deste texto é uma dura realidade que o torcedor do Goiás precisa aceitar. Com sua principal fonte de receita sendo os direitos de transmissão, o GEC fica atrás de quase todas outras equipes da Série A no quesito arrecadação. Para piorar, o clube esmeraldino se mostra cada vez mais preso a um estatuto extremamente retrógrado e ineficaz nos dias atuais.
Primeiramente, analisando as fontes de receita, o Goiás obtém 70% do seu faturamento anual nas cotas televisivas. Os outros 30% restantes, se dividem em marketing e comercial (patrocínios), bilheteria e sócio torcedor, e vendas de atletas. Quando comparado com outras equipes da primeira divisão, o clube goiano tem uma das menores arrecadações com torcida, enquanto equipes do Sul, Sudeste e Nordeste, arrecadam milhões e milhões a mais no quesito bilheteria. Esse fato colocará SEMPRE o Goiás com um dos menores orçamentos da primeira divisão. (Dados divulgados pelo jornalista Rodrigo Capelo no site do Globo Esporte)
Além da parte financeira, o alviverde goiano sofre com péssimas gestões consecutivas no departamento de futebol. Dentro do conselho esmeraldino, vários nomes se mostraram capacitados para gerir a parte estrutural e financeira do clube, porém, quando falamos de futebol, o amadorismo reina nas entranhas do clube. A profissionalização deste setor seria de suma importância, mudando o estatuto para que dirigentes voltados para o futebol do GEC, possam ser remunerados, assim, contatando gestores por competência, como ocorre no Fortaleza.
Para a tristeza da nação esmeraldina, estes dois problemas não serão solucionados sem uma SAF. Primeiro que para aumentar significativamente seu poderio financeiro, o GEC precisaria de um investidor. Segundo, apesar de se falar da mudança estatutária no conselho, sabemos que o Goiás é comandando por uma família, e que mesmo abrindo a possibilidade de remunerar os dirigentes, nomes queridos dos “donos” do clube seriam escolhidos para exercer tais posições, e como sabemos, os Pinheiros que restaram no clube entendem tanto de futebol quanto uma cadeira Kineo.
Virando SAF, o investimento no futebol do clube triplicaria e uma gestão profissional seria implementada. Mas essa não é a vontade da diretoria alviverde, afinal, o conselho perderia autonomia e o direito de dar pitacos no futebol. Inclusive, chega a ser irônico lembrar de quando alguns dirigentes do GEC desdenharam do modelo de SAF adotado pelo Botafogo, atual líder do Campeonato Brasileiro.
Com todo esse cenário negativo, a possibilidade do Goiás conseguir permanecer na primeira divisão é quase que nulo. Mesmo que seja rebaixado em 2023 e consiga o acesso em outra temporada, o ato de FICAR na Série A não será possível sem uma SAF. A cultura do torcedor goiano de não fazer o sócio, impacta de forma severa nas receitas do clube quando comparado com equipes das outras regiões. E como foi dito, o amadorismo na hora de cuidar do futebol de uma equipe não cabe mais no cenário atual, o alto nível do Campeonato Brasileiro pune com o rebaixamento.
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