Opinião: Um Goiás entre crise e evolução

Goiás
Foto: Rosiron Rodrigues

Nada como uma semana após a outra para o Goiás. Em processo de formação de um time competitivo, cujo mantra do clube é economizar sempre, o Verdão conseguiu obter uma improvável vitória contra o líder do Brasileirão (Botafogo/RJ), pela última rodada da competição, além de ter vencido a partida de ida pela Copa Verde, contra o Paysandu/PA, resultados que, por si só são suficientes para trazer paz em qualquer ambiente.

Porém, no caso do Goiás, que nos últimos anos alterna bons momentos e outros tantos períodos de crise, não dá pra confiar nessa tão desejada paz. Pelo menos para o seu torcedor, uma vez que já temos jogo no sábado, contra o Bahia, fora, e desafio pela Sul-Americana contra o líder Universitário, na Serrinha. Os otimistas vão dizer que a fase é boa e que teremos uma boa sequência, enquanto os pessimistas se apegarão nos resultados obtidos nas últimas temporadas, quando o Goiás venceu adversários de maior expressão e perdeu pontos para clubes de menor poderio tecnico e financeiro.

Pela Serie A, teremos a oportunidade de chegar ao meio da tabela, enquanto que pela competição continental existe a chance de nos tornarmos líder do grupo. Por outro lado, há o temor de voltarmos à zona de rebaixamento e de cairmos na tabela da Sul-Americana em caso de derrota. Em se tratando de um elenco limitado, como é o nosso, inclusive com jogadores veteranos e em baixa no plantel, existe sempre a chance de sofrermos muito nesses jogos. É uma sequência difícil e nessas horas conta tudo, inclusive elenco qualificado e treinador experiente.

Talvez, hoje, o treinador seja o menor dos problemas, pois ninguém consegue obter resultados em curto e médio prazo com um elenco em formação. É evidente que um profissional só vai ter sucesso se tiver oportunidade de ter uma sequência de trabalho, com paz e condições para desempenhar seu ofício. Acredito que o Goiás vai dar esse tempo ao Émerson Ávila, até pelo fato de que o clube tem por tradição agir com cautela. Como não vivemos um clima ruim e não há tanta tensão no momento, é bem provável que o treinador continue no comando por um bom tempo. Ele é humilde, tem mostrado personalidade, conhecimento e quase não fala besteira.

Percebe, pelas últimas declarações de membros da diretoria esmeraldina, que não há muita ambição em termos de resultados, muito menos pressa em transformar o clube em Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Então, o negócio para o torcedor é ter paciência e apoiar na medida do possível.

Temos uma grande discussão quanto aos mandos de jogos, haja vista que a Serrinha nem sempre fica lotada, enquanto que os defensores do Serra Dourada também não ajudam a encher o estádio. Penso que será natural a transição, caso o clube avance de fase na Sul-Americana. Respeito os admiradores da Serrinha, mas não vejo o local como uma “casa” sagrada do Goiás. É patrimônio do clube, bem localizada, mas não costuma dar muita sorte para o Verdão.

Enfim, vamos torcer para que o clube se dê bem nos próximos jogos, e não mergulhe em crise tão cedo. Existe a possibilidade de contratações na próxima janela de transferência de jogadores e veremos como o Goiás vai se comportar. Que a evolução continue e nossos atletas se firmem no time. Mais do que resultados, precisamos de uma temporada tranquila. Já estamos acostumados com a falta de títulos, mas estamos cansados de rebaixamento e Série B. Então, é hora de honrar nossa camisa e nossa tradição. O Goiás é clube para primeira parte da tabela. Cabe aos jogadores e a comissão técnica mostrarem que também são.

ETERNAMENTE SEREI GOIÁS.

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