SAF no Goiás: Presidente Paulo Rogério Pinheiro revela os últimos detalhes desse projeto

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Foto: Rosiron Rodrigues/Goiás EC

As Sociedades Anônimas de Futebol (SAF) estão cada vez mais ganhando espaço no futebol brasileiro. Com o Goiás Esporte Clube não foi diferente, o Esmeraldino vem trabalhando em busca de se adaptar para atrair e receber novos investidores desse segmento. Quem está encabeçando esse projeto dentro do clube, é o presidente Paulo Rogério Pinheiro, que inclusive contratou Paulo Autuori para cuidar do futebol, para que possa se concentrar em pensar somente no futuro do clube. Sobre esse assunto, o repórter André Rodrigues, das Feras do Esporte, ouviu o presidente esmeraldino.

Paulo Rogério Pinheiro fala sobre a SAF no Goiás

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Paulo Rogério Pinheiro, presidente do Goiás – Foto: Fernando Lima

Primeiramente, a SAF, que está na moda, nada mais é do que você ter um investidor no seu clube, por meio da própria SAF ou de uma parceria, como é o caso do Bragantino. Logicamente, estamos atentos a isso tudo. Não nego que, no meu entendimento, temos que preparar o clube urgentemente. Quando digo ‘preparar o clube’, é você conhecer o produto que você quer oferecer no mercado estrangeiro ou até mesmo nacional para ter investidores.

Se será possível entregar 10% ou 30, 40, 50, 60, 80%, isso tudo vai depender. Portanto, estamos arrumando a casa desde o ano passado, profissionalizando todos os setores, fazendo uma gestão mais moderna. Dessa forma, o próximo passo será fazer um estatuto social, alterando o nosso atual estatuto. Assim, esse novo estatuto vai prever a entrada de investidores, seja por meio da SAF ou parceria.

No entanto, é necessário ter as regras colocadas na nossa constituição interna para que possamos vender isso lá fora. É o futuro. Não tem como fugir disso. Isso não é para daqui a dois, três, quatro anos. Isso deve ser feito neste ano ainda, porque senão corre o risco de ficarmos muito para trás em relação aos outros clubes. Em resumo, a SAF que estou vendo acontecer, coincidentemente, são em clubes têm muitas dívidas.

Sendo assim, essa SAF tem sido feita às pressas e a troco de caixa. Isso é a salvação desses clubes. Ou eles faziam isso ou eles não entram em campo mais, porque a justiça hoje está sendo muito pesada nas decisões. Exemplo disso é o nosso caso com o Goianésia. Ficamos sem registrar atletas. Recentemente, Vasco foi condenado pelo CNRD a nos pagar uma quantia. Com isso, caso não pague, também corre o risco de ficar impossibilitado de registrar jogadores, independente de SAF.

Portanto, a SAF acaba sendo a salvação desses clubes. O Goiás praticamente não possui dívidas. A saber, a dívida do Goiás é alta para o que o Goiás recebe atualmente. No entanto, para um investidor, isso não vai ser praticamente nada, muito pequena, até irrisória para quem quer investir num clube como o Goiás, com o patrimônio que o Goiás tem. Então, estou acompanhando de perto esses clubes que estão planejando se tornar SAF, não quero citar nomes, até porque não tenho autorização. Além disso, a partir do grupo ‘Forte Futebol’, tenho conversado com presidentes de clubes.

Já contratei um escritório fora de Goiânia que está me auxiliando no processo do novo estatuto. Não é barato. É demorado. São reuniões intermináveis, com advogados tributaristas. Além disso, tenho que conversar com meu pai (Hailé Pinheiro), porque não adianta fazer nada sem o presidente do conselho, já que o presidente executivo não tem poder nenhum sobre o estatuto. Dessa forma, eu vou apenas propor isso ao conselho deliberativo, que, posteriormente, vai levar para uma assembleia com os sócios. O poder do presidente executivo é zero. Em resumo, não é algo que iremos decidir em apenas uma assembleia. Serão várias.

Os clubes que estão endividados que se tornaram SAF às pressas fizeram a assembleia em uma noite. Por outro lado, com certeza, os clubes que não estão endividados terão mais cuidado. Resumindo, esse é o futuro. O que me preocupa é que o Goiás tem que ter um investidor grande. No futebol não se faz dinheiro e a cada dia está ficando mais caro.  Exemplo disso é a dificuldade que os clubes brasileiros estão tendo quanto à contratação de treinadores, então acabam apelando para técnico estrangeiro.

É muito complicado hoje jogador custando R$ 300 mil, R$ 400 mil por mês para uma Série A. Estou passando, a partir de hoje, quase 50% do meu tempo, ou mais, nessa questão do estatuto, da gestão interna. E precisa ser feito. Logicamente, cada clube tem seus problemas políticos, seu pensamento financeiro, sua visão de mercado futuro do futebol. Dessa forma, a SAF não é uma regra igual para cada clube. Cada clube terá sua forma de SAF – Paulo Rogério Pinheiro. 

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