Treinador com nome marcado na história do Goiás denuncia ter sido vítima de racismo e homofobia

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Considerado por muitos o maior treinador da história do Goiás, Hélio dos Anjos, que atualmente comanda a Ponte Preta, afirma ter sido vítima de racismo e homofobia no duelo contra o Brasil-RS, na noite desta última terça-feira (08), pela segunda fase da Copa do Brasil. A equipe de Campinas foi derrotada por 2 a 0 e se despediu da competição.

Ex-Goiás, Hélio faz denúncias graves

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Foto: Reprodução/PonTV

De acordo com o treinador, que comemorava seu aniversário de 65 anos nesta terça, as ofensas ocorreram no retorno das equipes para o segundo tempo de jogo.

Ninguém aqui está fazendo onda. Eu sou um treinador negro que, nunca tive, a primeira vez na minha vida, em 38 anos de bola que eu fui chamado da palavra que fui chamado hoje. Inclusive sou muito tranquilo para falar sobre isso – declarou Hélio.

O árbitro Felipe Fernandes de Lima descreveu o episódio em súmula. Veja o relato:

No retorno do intervalo, ao adentrarmos o campo de jogo, fomos chamados pelo Sr. Hélio dos Anjos, técnico da Ponte Preta, que relatou ter sido chamado de “negão filho da p…” por um torcedor localizado na arquibancada social do Brasil de Pelotas, atrás do banco de reservas da equipe visitante. A brigada militar foi acionada e solicitou a identificação do torcedor. O Sr. Hélio dos Anjos não conseguiu identificar o torcedor, motivo pelo qual foi dado andamento ao jogo.

Tal fato não foi presenciado ou percebido por nenhum integrante da equipe de arbitragem. Durante a averiguação dos acontecimentos, a torcida localizada na arquibancada social proferiu o seguinte cântico repetidas vezes: “Hélio, viado”. Até o término da súmula, não foi me apresentado nenhum boletim de ocorrência. Nada mais a relatar – escreveu o árbitro em súmula.

Hélio se mostrou irritado por ter sido chamado para identificar o torcedor, além de afirmar que não irá procurar a Polícia Civil por “não adiantar”.

Eu que tenho que identificar? Eu que tenho que sair lá e mostrar quem é? É humanamente impossível. É um absurdo isso. Não vou fazer nada. Acha que vou perder meu tempo indo para delegacia falar sobre isso? Nós vamos para casa, para o hotel, viajar para Porto Alegre, sábado temos jogo. Não adianta. Não adianta na Europa, olha o que o Vinícius Júnior está passando lá. E está adiantando o que? Estamos aqui pensando numa coisa que não vai mudar no país. Entra presidente A, presidente B, presidente C, e não muda. Não muda porque não tem punição. Na Europa não tem. –concluiu.

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