Talvez um dos melhores atacantes que passou pelo Goiás nos últimos anos, Walter deixou saudades aos torcedores esmeraldinos, principalmente na sua primeira passagem, onde o jogador conduziu o time na conquista do bicampeonato da Série B, em 2012. Porém, não foi só Walter que ajudou o clube a trilhar o caminho do sucesso, já que o jogador também ganhou destaque nacional com sua boa performance. Ao menos na teoria, já que na prática, segundo o próprio jogador, não foi bem assim.
Walter fala sobre sua chegada e saída do Goiás
Em reportagem do GE, o atacante Walter, de 33 anos, que atualmente defende o Afogados, clube que disputa a segunda divisão do Campeonato Paranaense, falou sobre certos momentos da sua carreira. Em um deles, o jogador comentou sobre sua passagem pelo Verdão, desde a chegada, até a saída, sendo bola de prata da Série A 2013, mas seguindo rotulado por todos.
Com 23 anos quis voltar para o Brasil, não estava satisfeito em Portugal. Deixei o Porto e fui jogar no Cruzeiro, emprestado. Sofri com duas lesões, joguei pouco e mal. Até que meu telefone toca. Do outro lado da linha estava Enderson Moreira. “Vem para cá que você vai jogar”. Era o técnico do Goiás, lugar onde minha carreira mudaria. Artilheiro do Brasileirão, Bola de Prata, campeão da Série B, semifinalista da Copa do Brasil… Os holofotes estavam em mim. Pelo que fiz em campo. Assim eu imaginava.
Mas isso não era suficiente para a opinião pública. Principalmente a imprensa. Eu não podia ser bom de bola, goleador. Era tão só o “gordo” Walter, jogador do Goiás. Resumido a um animal: “Olha a baleia”! Ah, se eu fosse ligar para tudo que falam sobre mim…Tava lascado. Só que, quem apanha não esquece. Nunca neguei problemas com o peso. O pessoal até tira onda me chamando de cachaceiro, mas eu não gosto de beber. Meu negócio é comida. Coca-cola, biscoito recheado… E não tem quantidade, tipo assim, comer 20 biscoitos por dia… É abrir a boca.
As pessoas apontam o dedo, julgam, mas ninguém quer entender. E cada um tem sua história, como diz minha mãe. E a minha, irmão, é de um menino que ia no mercado, queria um algo a mais para comer e não tinha nada no bolso. Engolia o choro e seguia. Quando eu voltei para o Athletico, em 2020, a gente fez um tratamento. O clube contratou um psicólogo para conversar todos os dias comigo e ele disse: “Walter, o seu problema é compensar na comida o que você não teve no passado. A gente vai cuidar” – declarou Walter durante a emocionante reportagem.
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