Opinião: Um choque de realidade para o Goiás

Foto: Rosiron Rodrigues

Eis que depois da euforia pela vitória em casa contra o Fortaleza e a possibilidade de se tentar uma virada histórica pela Copa Sul-Americana, o Goiás se depara com sua realidade nesta temporada, que é lutar contra o rebaixamento para a Série B do Brasileirão, após ser derrotado novamente pelo Estudiantes/ARG, no Serra Dourada, desta vez por 2×0. No placar agregado, o resultado ficou 5×0 para os argentinos.

O primeiro tempo já estava bastante adiantado quando parte da torcida conseguiu entrar no estádio, mesmo sabendo que o time já perdia por 1×0, com um gol sofrido logo aos 4 minutos de jogo. Chamou atenção a facilidade em que o Esmeraldino foi envolvido pelo adversário, que acertou um chute de fora da área, sem marcação, após uma lambança do volante Higor Meritão e a desatenção da defesa. E teve quem pensasse que o calor atrapalharia os argentinos.

O segundo tempo foi uma repetição do primeiro. O adversário não precisou da bola para ter o controle do jogo. O segundo gol surgiu em um contra-ataque, após o Goiás perder a bola na intermediária da defesa adversária. A recomposição foi lenta e os argentinos chegaram rapidamente na área do Goiás, quando três defensores não conseguiram ganhar a jogada do atacante adversário, que deu o passe para o companheiro que estava fora da área e ainda conseguiu ajeita a bola para antes da finalização certeira.

As substituições surtiram pouco efeito e Goiás conseguiu fazer mais uma partida ruim, expondo toda sua limitação técnica, o que não chega a ser desanimador para o restante da temporada, face aos demais candidatos ao rebaixamento. Agora é focar e trabalhar o desenvolvimento e recuperação do time. Não vou pedir uma campanha sem sustos, pois não acredito em nada a mais do que permanecer na elite. Diferente de alguns, acredito que o Goiás fez pouco, pela expectativa que o próprio criou. Não vou criticar a comissão técnica, pois não sei exatamente o que se passa nos bastidores.

Não conheço os números da Sul-Americana para saber se o Goiás teve lucro com as premiações, já que as despesas com essa tipo de competição são elevadas. Voltemos nossas atenções para a Série A, pois domingo já temos desafio contra o lanterna América, no Independência, em Belo Horizonte/MG.

Finalmente, tenho que reconhecer que a torcida, ao menos grande parte dela, compareceu e fez bonito, como sempre. Tivemos algumas confusões localizadas, durante o jogo, devido ao estresse causado pela péssima atuação. Alguns torcedores ainda não aprenderam a respeitar o próximo, o que causa grandes transtornos. Da mesma forma, quem foi ao Serra Dourada pensando que o Goiás dominaria o adversário e sairia classificado não se encontra em suas plenas faculdades mentais. Sonhar não custa nada, mas é bom sonhar dentro de uma realidade possível.

De todo modo, foi bonito o apoio da massa, antes, durante e depois do jogo. Esse foi o ponto alto do evento. A alegria e vibração da torcida esmeraldina.

Por fim, o velho Serra Dourada já não é mais o mesmo. Aliás, a torcida não merece estádio ruim como o Serra. Talvez os banheiros foram o único ponto positivo de toda a estrutura. Estádio velho, sujo e escuro. Bares com péssimo atendimento e sem a mínima organização, o que se repetiu nos quiosques de bebidas e alimentação dentro da praça esportiva. Fiquei chateado pela torcida, principalmente pelas mulheres, crianças e idosos que compareceram em grande número.

Obviamente, reconheço os esforços dos que trabalharam pela realização da partida. Entretanto, precisamos de mais organização e investimentos. Mas se querem estádios cheios, façam times competitivos e invistam em estrutura.

Mas essa situação não é diferente na Serrinha, que dispensa comentários.

Quem sabe o futebol goiano ainda possa ser melhor tratado e conduzido com mais atenção, respeito e profissionalismo. Tirando nossa torcida, não temos nada de elite por aqui. Nem times, muitos menos estádios. Os torcedores goianos são verdadeiros heróis, pois não dá viver só na base da luta e do sofrimento.

ETERNAMENTE SEREI GOIÁS.

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